quinta-feira, 29 de novembro de 2007

COMPORTAMENTO 90'S: Joel, O Estripador

A Policia de Nova York Prende Por aAcaso Um Maníaco Sexual Que Diz Ter Estrangulado Dezessete Prostitutas - O furgão bege passou depressa pelo sinal vermelho. Chamou a atenção dos policiais porque não tinha placas e ostentava no pára-choques traseiro um adesivo curioso: "Paus e Pedras podem quebrar meus ossos, mas chicotes e correntes me excitam". Pelo auto-falante, o policial Sean Ruane ordenou ao motorista que parasse no acostamento. O furgão acelerou e o carro da polícia também. A persiguição só terminou vinte minutos depois, quando o motorista do carro, Joel Rifkin, 34 anos, paisagista desempregado, amassou a dianteira do furgão num poste de rua. Atordoado pela batida, Rifkin foi algemado. Tudo não teria passado de mais um incidente no trânsito conturbado da região metropolitana de Nova York, não tivesse o policial Ruane farejado algo de podre no furgão. Na traseira do carro, a patrulha encontrou o corpo de uma mulher em decomposição, morta há pelo menos três dias. O cadáver tinha marcas de estrangulamento. Joel Rifkin pretendia enterrá-lo num terreno baldio perto de um aeroporto nas redondezas.
Conduzido à delegacia mais próxima, Rifkin despejou uma confissão assombrosa. Pelas suas contas, matou dezessete mulheres nos últimos três anos, todas prostitutas, americanas ou hispânicas, escolhidas ao acaso pelas ruas pelas ruas de Nova York. Contou aos policiais como eram suas vítimas, quase sempre moças na casa dos 20 anos; falou sobre as bijuterias que usavam e declinou nomes de guerra. No depoimento, Rifkin disse que fazia sexo com as prostitutas e depois as estrangulava. Os corpos eram jogados em rios, depósitos de lixo de cidades próximas ou levados até Estados vizinhos. Na casa que dividia com a mãe adotiva, Jeane, de 71 anos, e a irmã Jan, num subúrbio de Nova York, a polícia encontrou documentos de dez mulheres, além de um barril com manchas de sangue e anotações do próprio punho do criminoso. Até sexta-feira da semana passada, guiados pelas indicações de Rifkin, os policiais já haviam encontrado os corpos de duas mulheres, ainda não identificadas. O paisagista, uma espécie de jardineiro de luxo com curso universitário incompleto, foi indiciado por assassinato em segundo grau. "Se tudo o que ele disso for verdade, esse pode ser o pior caso de assassinato em série de Nova Yorque nos últimos anos", declarou o major Anthony DiResta, chefe de polícia de Long Island.

Rifkin - o assassino que amava as plantas

Alface E Poemas - Rifkin, apelidado pela imprensa popular de Joel, O estripador, de fato se enquadra tão bem no perfil do chamado assassino em série, o psicopata que mata com requinte de perversidade seguindo sempre o mesmo padrão mostrado na literatura policial e no cinema, que parece ter sido feito sob encomenda. Os vizinhos consideravam-no um sujeito simpático, caladão e sempre disposto a ajudar. Solitário, passava tempo cuidando de plantas e consertanto o furgão. "Joel sempre foi muito gentil; trazia flores e alface e tomates de sua própria horta", contou Joy Reiter, vizinha da família há mais de trinta anos. Filho adotivo de um casal de classe média, cursou durante dois anos a escola de agricultura da Universidade de Nova York. "Ele é apaixonado por horticultura, fotografia e escreve poemas", diagnosticou o advogado de defesa Robertu Sale, que pretende alegar instabilidade emocional para livrar o cliente da cadeia.
Revista Veja
07 de julho de 1993
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