quarta-feira, 28 de maio de 2008

Alcoolismo

- O beber compulsivo -

Alcoolismo

A Sindrome de Abstinência Alcoólica A Síndrome de Abstinência Alcoólica corresponde às mudanças pelas quais o corpo passa quando uma pessoa, subitamente, deixa de beber depois de usar álcool de forma intensa e prolongada. Os sintomas incluem
tremores,
insônia,
ansiedade
e
outros sintomas físicos e mentais. O Álcool torna lento o processamento do cérebro, efeito também chamado sedativo ou depressor. Em uma pessoa que bebe muito, em longo prazo, o cérebro é exposto quase continuamente ao efeito depressor do álcool. Com o passar do tempo, o cérebro ajusta sua própria química para compensar este efeito. Ele faz isso através da produção de substâncias químicas naturalmente estimulantes (como a serotonina ou a noradrenalina - que são “parentes” da adrenalina) em quantidades maiores que as normais. Se o álcool é retirado de repente, o cérebro se comporta como um veículo acelerado que perdeu os freios. Conseqüentemente, a maioria dos sintomas da abstinência alcoólica (retirada) são sintomas que acontecem quando o cérebro é super estimulado. A forma mais perigosa de abstinência alcoólica acontece em uma em cada 20 pessoas que têm síndrome de abstinência. Esta condição é chamada Delirium Tremens. No Delirium Tremens, o cérebro não pode reajustar sua química lentamente depois que o uso do álcool foi interrompido. Isto cria um estado de confusão temporária e leva a perigosas mudanças na maneira como o cérebro regula a circulação e a respiração. Os sinais vitais do corpo, como sua freqüência cardíaca ou a pressão sanguínea, podem mudar drasticamente, de forma imprevisível, levando ao risco de ataque do coração, derrame cerebral ou morte. Quadro Clínico - Se o cérebro já está acostumado aos hábitos da pessoa que bebe muito, ele pode levar algum tempo para se ajustar novamente. A síndrome de abstinência ao álcool ocorre em um padrão previsível depois da última bebida alcoólica. Nem todos os sintomas se desenvolvem em todos os pacientes: Tremores – Os tremores normalmente começam entre 5 e 10 horas após a última bebida e alcançam o máximo entre 24 e 48 horas. Com os tremores, pode haver
taquicardia (pulso rápido),
aumento da pressão sanguínea,
respiração rápida,
sudorese,
náuseas,
vômitos,
ansiedade ou um estado de alerta hiperativo,
irritabilidade,
pesadelos,
além de insônia. Alucinações – Este sintoma normalmente começa dentro de 12 a 24 horas depois da última bebida, e pode durar até dois dias após ter começado. Se isto acontecer, a pessoa alucina (vê ou sente coisas que não são reais). É comum às pessoas que estão abstinentes do álcool verem múltiplos objetos pequenos, semelhantes, se movimentando. Às vezes a visão é
de insetos rastejando,
estrelinhas piscando
ou
moedas caindo. É possível que uma alucinação na abstinência alcoólica seja uma visão muito detalhada e imaginativa.
Ataques epiléticos da abstinência alcoólica - Ataques epiléticos podem acontecer de 6 a 48 horas após a última bebida, e são comuns vários ataques epiléticos acontecerem por várias horas. O pico de risco é de 24 horas. Em geral eles são ataques epiléticos do tipo tônico-clônicos (como no mal epilético).
Delirium Tremens - O delirium tremens começa geralmente de dois a três dias depois da última bebida, mas pode demorar mais de uma semana para aparecer. Sua intensidade de pico normalmente alcança quatro a cinco dias da última bebida. Esta condição causa alterações perigosas
na respiração,
na circulação
e
no controle de temperatura.
Pode fazer o coração bater muito rápido
ou
pode fazer a pressão sanguínea aumentar dramaticamente;
e
pode causar desidratação perigosa. O delirium tremens também pode reduzir temporariamente a quantidade de fluxo de sangue ao cérebro. Os sintomas podem incluir confusão mental,
desorientação,
estupor ou perda de consciência,
comportamento agressivo,
convicções irracionais,
sudorese,
perturbações do sono
e
alucinações. Diagnóstico - A abstinência alcoólica é fácil de se diagnosticar se a pessoa tiver sintomas típicos, que aparecem depois que ela deixa de beber de forma “pesada”, habitual. Se o paciente tiver uma experiência no passado de ter tido síndrome de abstinência, é provável que venha a desenvolver se novamente interromper a bebida subitamente. Não há nenhum exame específico que possa ser usado para diagnosticar a síndrome de abstinência alcoólica. Se o paciente já teve outros episódios de síndrome de abstinência alcoólica, significa que ele já consumiu álcool o bastante para ter danificado outros órgãos. É preciso discutir com o médico sobre este problema para que ele possa examinar cuidadosamente a pessoa. Ele irá solicitar exames de sangue para verificar o quanto o álcool causou
lesão ao fígado,
ao coração,
aos nervos dos pés,
às células do sangue,
e
ao trato gastrintestinal. Ele irá avaliar a dieta que o paciente habitualmente consome e irá checar as deficiências de vitamina que possam existir, pois a desnutrição é comum quando alguém é dependente do álcool. Normalmente é difícil para as pessoas que bebem serem completamente honestas sobre o quanto elas têm bebido. É preciso que a pessoa informe a história do consumo de álcool para que ela assim possa ser tratada seguramente da síndrome de abstinência. Prevenção - O alcoolismo é causado por muitos fatores. Se a pessoa tiver um irmão ou pai com alcoolismo, ela tem de três a quatro vezes mais probabilidades de desenvolver o alcoolismo que a média da população. Algumas pessoas com histórias familiares de alcoolismo escolhem se privar de beber, pois desta forma garantem que o hábito não se desenvolva. Muitas pessoas sem uma história familiar também desenvolvem alcoolismo. Se a pessoa tem se preocupado com a quantidade de bebida que tem consumido, ela deve conversar com seu médico. Tratamento - Se a pessoa tiver vômitos severos, ataques epiléticos ou Delirium Tremens, o lugar mais seguro para ela ser tratada é em um hospital. Para o Delirium Tremens, o tratamento em uma Unidade de Cuidados Intensivos (UTI) é freqüentemente indicado. Em uma UTI,
a freqüência cardíaca,
a pressão sanguínea
e
a freqüência respiratória serão monitoradas de perto no caso de ser necessário um suporte de vida de emergência (como respirar artificialmente por uma máquina). Medicamentos chamados benzodiazepínicos podem diminuir a síndrome de abstinência do álcool. Os medicamentos geralmente usados neste grupo incluem
o Diazepam (Diempax ®, Valium ®),
o Clordiazepóxido (Psicossedin ®)
e
o Lorazepam. A maioria das pessoas que consome muito álcool e que está tendo síndrome de abstinência tem uma escassez de várias vitaminas e minerais e pode se beneficiar de suplementos nutricionais. Em particular, o abuso do álcool pode criar uma escassez
de folato,
de tiamina,
de vitamina B12,
de magnésio,
de zinco
e
de fosfato. O álcool também pode causar baixos níveis de açúcar no sangue. Recomenda-se que um especialista (psiquiatra) ajude nos cuidados de uma pessoa que está com abstinência alcoólica.
Fonte: Zero Hora

Alcoolismo

- Felicidade Alcoólica -
(Gif)

O Prazer Compulsivo

Para o cérebro, toda recompensa é bem-vinda, venha ela de uma droga ilícita ou da experiência vivida. Sempre que os neurônios dos centros encarregados de reconhecer recompensas são estimulados repetidamente por substâncias químicas ou vivências que confiram sensação de prazer, existe risco de um cérebro vulnerável ficar dependente delas e desenvolver uma compulsão. Por isso tanta gente bebe, fuma, cheira cocaína, perde casa em jogo de baralho, come demais, faz sexo sem parar, compra o que não pode pagar e levanta peso compulsivamente nas academias. A palavra dependência vem sempre associada às drogas químicas, ao desespero do dependente para consegui-las, ao aumento da tolerância às doses crescentes e à crise de abstinência provocada pela ausência delas na circulação. A tríade compulsão-tolerância-abstinência, no entanto, não é obrigatória, mesmo no caso de substâncias dotadas de alto poder de adição. A cocaína, por exemplo, droga de uso altamente compulsivo, causa síndromes de abstinência relativamente discretas, desde que o usuário não entre em contato com a droga ou com alguém sob o efeito dela. Apesar de causar dependência, a maconha muitas vezes é consumida esporadicamente, sem que o usuário apresente crises de abstinência dignas de nota. Doentes que tomam morfina para combater dores fortes desenvolvem, em menos de 3% dos casos, desenvolvem obsessão pelo medicamento quando as dores param. Toda vez que o cérebro é submetido a estímulos repetitivos carregados de conteúdo emocional, os circuitos de neurônios envolvidos em sua condução se modificam para tentar perpetuar a sensação de prazer obtida. Esse mecanismo, conhecido como neuroadaptação, é arcaico. Quando a abelha penetra uma flor e sente o prazer de encontrar o alimento desejado, é liberado, em seu cérebro, um neurotransmissor chamado octopamina. Quando um adolescente fuma maconha ou cheira cocaína, ocorre, nas terminações nervosas de certas áreas cerebrais, aumento na concentração de dopamina. A semelhança de nomes entre ambos os neurotransmissores traduz a proximidade da estrutura química existente entre as duas moléculas. Apesar de as abelhas terem divergido da linhagem que nos deu origem há mais de 300 milhões de anos, os mediadores da sensação de prazer são quase os mesmos nas duas espécies. Na seleção natural das espécies, levaram vantagem reprodutiva aquelas que desenvolveram mecanismos de recompensa ao prazer com o objetivo de criar a necessidade de buscar sua repetição. Para o organismo, em princípio, tudo o que traz bem-estar é bom e deve ser repetido. Se não fosse assim, nós nos esqueceríamos de nos alimentar, de fazer sexo ou de procurar a temperatura mais agradável na hora de dormir. Os estudos para entender o mecanismo de neuroadaptação em resposta aos estímulos repetitivos de prazer levam a crer que os neurônios se organizem em circuitos que convergem para estações cerebrais situadas nas proximidades dos centros que coordenam memórias e emoções. Neurônios situados nessas estações ligadas à recompensa estabelecem conexões com outros que convergem para o chamado centro da busca. Por um capricho da natureza, entretanto, a estimulação repetida do centro do prazer pode provocar ativação irreversível do centro da busca, de modo que este permanece estimulado mesmo quando o uso da droga já não traz mais prazer nenhum. Em outras palavras, o prazer repetido à exaustão pode disparar o centro da busca irreversivelmente. É freqüente entre os usuários crônicos de drogas o aparecimento de quadros persecutórios em que o dependente imagina ser perseguido pela polícia ou por algum desafeto. No caso da cocaína, da heroína, do crack, da morfina ou do álcool, não é raro surgirem alucinações em que o usuário vê bichos na parede e inimigos embaixo da cama. Nessa fase da adição, nem o dependente é capaz de entender o que o leva a tomar outra dose e a repetir experiência tão dolorosa. O centro da busca assumiu o controle; obriga o dependente a ir atrás de um prazer que não existe mais. Esse mecanismo neuroadaptativo, associado à tolerância que o organismo desenvolve a doses crescentes de qualquer droga administrada repetidas vezes, constrói a armadilha que aprisiona tantas pessoas no inferno da dependência química. A primeira cerveja deixa o adolescente bêbado; depois de alguns anos, é preciso tomar meia dúzia para obter efeito semelhante. A primeira cachimbada de crack tira de órbita e faz o ouvido zumbir durante meia hora, mas, após alguns dias de uso, o efeito dura menos de um minuto. Pela mesma razão, todo usuário crônico de maconha se queixa equivocadamente de que não existem mais baseados como aqueles de antigamente. Em artigo publicado na revista "Science", um grupo seleto de neurocientistas mostra que, por trás do consumo de drogas, das compulsões alimentares, sexuais ou de fazer compras, da cleptomania e da compulsão pelo jogo ou de fazer exercícios exageradamente, existe um mecanismo comum de neuroadaptação.
Fonte: A Gazeta

terça-feira, 27 de maio de 2008

Info Dependence

O universo para o uso do computador com acesso à Internet parece não ter fim. A cada dia que passa vão surgindo novas possibilidades e uma das mais recentes, pelo menos em terras brasileiras, é a droga virtual. Questionado por especialistas, “o barato” pode ser sentido com o auxílio de um computador, um par de fones de ouvido, "uma dose" (arquivo sonoro), disposição e tempo para ficar sentado por até uma hora (a duração varia de acordo com a "droga" escolhida) ouvindo sons aparentemente desconexos. Para tudo isso funcionar é preciso baixar um programa chamado I-Doser. Por meio dele, o internauta consegue se “drogar” ouvindo música. A proposta do programa é causar nos usuários das doses virtuais as mesmas sensações provocadas pelas drogas convencionais, como maconha, LSD, cocaína, álcool e outras. Mas os especialistas alertam: não há comprovação científica de que essas "drogas sonoras" realmente funcionam. Na avaliação do neurologista Luiz Eduardo Betting, não há estudos científicos que mostrem que estes estímulos possam levar a uma sensação exatamente como aquela produzida por uma droga. “Na verdade, isto não chega a ocorrer, uma vez que o mecanismo de ação das drogas convencionais é completamente diferente”, afirma ele. Mesmo com o aviso, a novidade tem despertado o interesse de muitos jovens ao redor do mundo.
Na verdade, o princípio ativo do I-Doser não são as músicas, mas os ruídos. Os arquivos sonoros têm pouca variação. Vez ou outra surge uma batida intermitente. Num primeiro contato com adroga”, a impressão que fica é que sua eficácia é questionável. Como pode uma seqüência de ruídos deixar alguém como se estivesse drogado? Entretanto, várias pessoas que disseram ter experimentado garantem que o I-Doser funciona. “O I-Doser funciona mesmo, mas precisa ser aceito pelo seu cérebro, (...) seabra’ ao I-Doser, aceite e siga as regras de uso. Deixe-o fazer efeito, com certeza vai funcionar! Eu mesmo usei maconha durante 8 anos da minha vida, (...) e voltei a usar com o I-Doser, o efeito nunca será o mesmo se comparado à droga real, mas quando me concentro nadose’, ela funciona, meus olhos até ficam vermelhos”, afirma um usuário que se identificou como Marcelo. O comentário dele e de muitas outras pessoas podem ser encontrados no site http://idoser.blogspot.com/. Sem Efeito - Mas há pessoas que experimentaram a droga e não gostaram. No mês passado, outro visitante deixou o seguinte recado no site. “Usei umas 20 vezes mais ou menos. Nenhum efeito. A culpa nem é do meu equipamento, meus headphones são profissionais. Tentei de várias formas. Nenhuma funcionou... Já estou acostumado com o esquemarelaxe e viaje. Faço meditação zen... Prefiro ainda ouvir o velho Pink Floyd e viajar com ele”. De acordo com a psicoterapeuta Elaine Lúcia Dias de Oliveira, não existem estudos científicos que comprovem a eficácia da "droga virtual". “Ainda não temos informações suficientes para dizer que esse tipo de estímulo sonoro causa o mesmo efeito (que as drogas convencionais)”, observa. As drogas convencionais são substâncias naturais ou sintéticas que ao penetrarem no organismo humano sob qualquer forma - ingeridas, injetadas, inaladas ou absorvidas pela pele -, entram diretamente na corrente sangüínea, atingem o cérebro e alteram seu equilíbrio fazendo com que a pessoa sinta tudodiferente”. Para o economista Tiago Silveira, 25 anos, que tem feito uso regular do I-Doser nos últimos 18 meses, não vai demorar para que essa tecnologia seja usada como complemento ou mesmo substituto para vários medicamentos existentes no mercado. Paraibano de João Pessoa, Silveira utiliza as doses “Hand of God”, “Chakra” e “Peyote” com freqüência.. “Se é possível atingir efeitos de ordem neurológica apenas com uso de ondas sonoras, por que deveríamos nos intoxicar com substâncias que devem ser metabolizadas para terem efeito?”, questiona ele, em entrevista concedida à imprensa de sua cidade.
- Centro Terapeutico Viva/Sorocaba.SP -
"Noticias"
Data Desconhecida.

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Europeus Abusam de Álcool e Drogas Por Sexo, Indica Pesquisa

Jovens e adolescentes europeus estão abusando de álcool e drogas como parte de uma estratégia deliberada para melhorar suas vidas sexuais, segundo indica um estudo realizado em nove países.
Segundo a pesquisa, que ouviu 1.341 jovens entre 16 e 35 anos, um terço dos homens e 23% das mulheres entrevistados disseram beber álcool para aumentar suas chances de manter uma relação sexual. Alguns entrevistados também relataram o uso intencional de cocaína, ecstasy e maconha para supostamente aumentar o prazer sexual ou prolongar o tempo da relação. O estudo, publicado pela revista científica BMC Public Health, sugere ainda que os jovens estão mais sujeitos a manter relações sexuais sem proteção quando estão sob o efeito de álcool ou drogas. Os pesquisadores ouviram jovens freqüentadores de bares e boates em nove cidades de Grã-Bretanha, Alemanha, Áustria, República Tcheca, Grécia, Itália, Portugal, Espanha e Eslovênia. Sexo Antes dos 16 - A pesquisa indicou que o consumo de álcool e de outras drogas antes dos 16 anos estava diretamente ligado à iniciação sexual também antes dos 16 anos, principalmente entre as garotas. Quase metade dos entrevistados em Viena, na Áustria, haviam consumido álcool e mantido relações sexuais antes dos 16 anos, comparados com 36% em Veneza, na Itália, 37% em Palma, na Espanha, e 30% em Liverpool, na Grã-Bretanha. O mesmo ocorria para aqueles que experimentaram outras drogas antes dos 16 anos, mas o estudo indica variações na popularidade de diferentes drogas entre os países. Mais de um quarto dos jovens que disseram consumir cocaína afirmaram usá-la para prolongar as relações sexuais, e o uso de drogas em geral estava ligado ao relacionamento com múltiplos parceiros. Arrependimento - O estudo também mostra que a embriaguez e o uso de entorpecentes estão fortemente associados a um aumento no comportamento de risco e no sentimento de arrependimento após o sexo. Aqueles que disseram ter ficado bêbados nas quatro semanas anteriores à pesquisa tinham mais chances de ter tido cinco ou mais parceiros, relações sexuais sem preservativos e de ter se arrependido de uma relação após o consumo de álcool ou drogas nos últimos 12 meses. “Milhões de jovens europeus hoje tomam drogas e bebem de uma maneira que altera suas decisões sexuais e aumenta suas chances de manter relações sem proteção ou de se arrepender sobre relações”, diz o coordenador do estudo, Mark Bellis, diretor do Centro de Saúde Pública da John Moore’s University, em Liverpool. “Mas apesar das conseqüências negativas, verificamos que muitos estão deliberadamente tomando essas substâncias para alcançar efeitos sexuais bem específicos”, afirma ele. Bellis acrescenta ainda que "as estratégias para reduzir o abuso de álcool e drogas e encorajar o comportamento sexual seguro precisam levar em conta o fato de que os dois estão diretamente ligados".
BBC Brasil.com
09 de maio, 2008 - 08h59 GMT (05h59 Brasília)

terça-feira, 6 de maio de 2008

Aconselhamento em CT

O Papel do Conselheiro na Recuperação e na Comunidade Terapêutica (Visão Religiosa). 1° Encontro de Comunidades Terapêuticas da Região Sudeste.- Preleção Tema: "Se você tratar um indivíduo como ele é, ele permanecerá assim, mas se você tratá-lo como se ele fosse o que deveria e poderia ser, ele se tornará o que deveria e poderia ser".
(Johann W. Von Goethe)
Introdução
Por longo tempo temos ouvindo acerca do papel do Conselheiro na Comunidade Terapêutica e na recuperação do Dependente Químico. Já presenciamos e particularmente vivenciamos situações de resistência à atuação desta "função". O Conselheiro em seu papel fundamental por vezes já foi confundido e confunde-se com o Pastor, Terapeuta, Monitor, Farmacêutico, Enfermeiro, Curandeiro etc. O Conselheiro consciente do seu papel sabe que embora seja um pouco de cada (e na maioria dos casos o é pelas circunstâncias), ele é simplesmente um Conselheiro em Dependência Química. Mas quem é o Conselheiro? Qual é seu objetivo na Comunidade Terapêutica e na recuperação do Dependente Químico? Qual é a sua participação na Equipe Terapêutica? É sobre isso que estaremos tratando nesta breve exposição sobre O Papel do Conselheiro no tratamento e na Comunidade Terapêutica. Quem é o Conselheiro? Quanto a este questionamento apresentaremos algumas definições das habilidades e características do Conselheiro e suas transformações ao longo do tempo: - Antigamente acreditava-se que este indivíduo deveria ser alguém com uma experiência no mundo das drogas, que a identificação provocada por esta experiência tornaria o aconselhamento viável. Também se pensava em alguém que por conhecer as "manhas" e artimanhas pudesse estar vigiando o "residente" e pronto para aplicação da correção. Imaginava-se que tal pessoa deveria ter um perfil de autoridade, liderança, pulso firme e incapaz de sentir compaixão ou permitir-se ser manipulado. - Estes conceitos foram ruindo com o tempo, hoje se pode perceber que o Conselheiro apesar da complexidade do trabalho precisa de algumas habilidades para desenvolver seu papel. Mas, a mais importante de todas as habilidades é a compaixão. 1)- Últimos Conceitos - Após a elaboração da Resolução N°.101 da ANVISA em 2001, resolução esta que estabelece e define o que são "os Serviços de Atenção a Pessoas com Transtornos Decorrentes ao Uso e Abuso de Substâncias Psicoativas", e também estabelece a "Equipe Mínima" para o trabalho. A ANVISA reconheceu a presença do que a resolução chamou de "Agente Comunitário" capacitado em Dependência Química em cursos aprovados por órgãos oficiais de educação. Este "Agente Comunitário" segundo o "Referencial para curso de educação profissional de nível técnico", será reconhecido como Técnico em Reabilitação de Dependentes Químicos. Segundo este mesmo, o Técnico é um Co-Terapeuta que, "em conjunto com outros profissionais e sob a orientação destes, mobiliza saberes, vivências e experiências". Este Co-Terapeuta deve desenvolver habilidades para atuar nas seguintes áreas: § Na Prevenção: - Participando de planejamentos e desenvolvimento programas preventivos. - Atuando em programas de redução de danos. - Identificando fatores que desencadeiam o uso indevido de drogas e propondo medidas e ações para prevenir o surgimento dos fatores desencadeantes. § Na Triagem; - Avaliar e encaminhar adequadamente cada indivíduo; - Orientar apropriadamente aos seus familiares; - Coletar, registrar e organizar informações; - Transmitir clara e precisamente com o domínio de vocabulário técnico-científico as informações coletadas. § Na Recuperação; - Saber conduzir reuniões contextualizadas em processos não psicoterápicos; - Interpretar prescrições e orientações terapêuticas; - Identificar sinais de co-morbidades; - Conhecer fundamentos de terapia ocupacional, laborterapia, recreação adequada no tratamento; - Conhecer modelos de intervenção em contextos de interação social; - Modelos de abordagem sociocultural e de reinserção social. - Identificar quadros de desintoxicação e síndrome de abstinência, saber aplicar recursos de primeiros socorros. § No Pós-Tratamento; - Saber desenvolver planejamento pessoal; - Monitorar com eficácia e avaliar os resultados; - Comunicar-se e relacionar-se com eficiência e cooperar com a equipe multidisciplinar. Logo, podemos constatar que ao longo dos anos a evolução da conceituação básica das habilidades do Conselheiro em Dependência Química, seu perfil e características vêm sofrendo fortes mudanças e até intervenção governamental. 2)- Do Perfil Atual - O Conselheiro deve ser tratável, social e acessível. Deve mostrar interesse sincero pelos problemas das pessoas tratando-as como tais e não como "um caso". Deve também reunir características pessoais como a compreensão, relevância, flexibilidade e sensibilidade. Ter uma vida exemplar digna e íntegra, destacar-se pelo equilíbrio emocional, sobriedade e discrição. Estar motivado para a vida, otimista em tudo o que faz. Deve buscar conhecimento técnico da Dependência Química e Espiritual, saber distinguir o uso de ambos os conhecimentos usá-los apropriadamente um em favor do outro ao invés de confrontá-los. Conhece o poder transformador do amor do Poder Superior (como cada um "O" concebe), mas também não ignora e nem subestima a ação das SPAs. Deve entender-se a si próprio, ter plena consciência de suas limitações, imperfeições e de sua condição humana. Se não compreender a si mesmo dificilmente entenderá os outros. Deve dominar seus próprios desejos e saber lidar com os seus sentimentos. Por fim deve estar disponível ao trabalho. Qualquer trabalho que seja, o trabalhador só é bem sucedido a partir da dedicação e doação. 3)- O Papel do Conselheiro - Para o pesquisador W. Miller a forma como o terapeuta (Conselheiro) interage com o paciente pode ser mais importante do que a abordagem ou a escola de pensamento com a qual o terapeuta opera. Segundo Miller, terapeutas que trabalham nos mesmos settings e que oferecem as mesmas abordagens terapêuticas apresentam enormes diferenças em seus índices de resultados. O doutor Miller acredita que o fato dos "clientes" encontrar-se "desmotivados" ou "resistentes" se explica pelo uso de estratégias inadequadas para o estado de mudança. O terapeuta (Conselheiro) eficaz segundo o Dr W. Miller deve desenvolver estratégias para motivar o "cliente" a mudança. Estas estratégias consistem em: a) Oferecer ORIENTAÇÃO - A orientação clara estimula a mudança. Quando prestamos Orientações baseadas em dados estatísticos e científicos, estamos deixando claro para nosso "cliente" que tais informações não possuem cunho persuasivo mas técnico, real, o objetivo não é convencê-lo mas informá-lo dos riscos. Conselhos por si só não produzem efeitos suficientes de motivação a mudança. Por isso é necessário que tenhamos a informação correta, sem fantasiá-la ou exagerá-la, mas informá-la usando fontes de confiança e especializada. b) Remover BARREIRAS - Outra abordagem importante é identificar e remover o máximo de barreiras que possam estar impedindo a motivação à mudança. Existem situações que podem servir de impedimento ao tratamento adequado. Algumas de origem do próprio serviço como distancia, acomodação inadequada, abordagem inadequada, custos altos, etc. Outras barreiras podem ter origem no "cliente" como resistência ao tratamento, inibição e introversão, falta de identificação, contexto cultural, conficionalismo, etc. O papel do Conselheiro nesse caso é auxiliar o "cliente" a identificar tais barreiras e superá-las, procurando ações que venham reformular o pensamento quanto à barreira (T.R.E. - Albert Ellis). c) Proporcionar ESCOLHAS - Qualquer cidadão (ã) que sinta sua liberdade ameaçada apresentará resistências; as pessoas não gostam que lhe digam o que fazer. Um dos maiores problemas nas Comunidades Terapêuticas é justamente a não condição de se fazer escolhas, ou seja, a falta de alternativas que por diversos fatores seja falta de recursos ou a visão fechada para apenas uma forma de ação, acaba impondo ao "cliente" o tratamento sem dá-lo a chance de concordar ou não com o método. Proporcionar escolhas ao "cliente" com abordagens alternativas pode diminuir a resistência e melhorar a motivação do mesmo no comprometimento com o programa. d) Praticar EMPATIA - Ao contrário do que se pensa, a Empatia não é uma característica ou tendência de identificação com os outros, mas uma habilidade a ser aprendida e desenvolvida para que haja a compreensão dos significados de outra pessoa pelo uso da escuta reflexiva, quer tenha-se ou não experiências semelhantes. O estilo de aconselhamento empático requererá do Conselheiro muita atenção em cada informação do "cliente", além da reflexão sobre tais informações. e) Proporcionar FEEDBACK - Quando se está perdido, dificilmente pode-se planejar como chegar a algum lugar. Como dizia Marshall McLuhan. "Eu não sei quem descobriu a água, mas tenho certeza de que não foram os peixes". Quando se está envolvido demais em algum problema, não se pode contemplar a saída; nessas horas o Conselheiro deve proporcionar Feedback ao "cliente". Esse Feedback pode ocorrer de diversas formas; desde simples expressões de preocupação aos check-ups, ou manifestações de preocupação por parte do grupo, sugestões claras sobre possibilidades de reverter o quadro e eliciar afirmações automotivacionais. Fazer com que o "cliente" perceba em que estado se encontra suas conseqüências riscos. f) Esclarecer OBJETIVOS - O feedback por si só pode não trazer qualquer resultado de mudança se faltar no individuo objetivos ou padrões claros. Esclarecê-los quanto aos objetivos e padrões é tarefa do Conselheiro. Descobriu-se que ajudar pessoas a estabelecerem metas definidas facilita na mudança, desde que tais metas não sejam consideradas pelo "cliente" como utópicas. É importante que o "cliente" perceba que o programa o qual se ingressou é claro em relação a sua metodologia, filosofia e prática. 4) Confrontando Com A Graça - O Conselheiro em Dependência Química deve buscar compreensão de Deus para aconselhar com GRAÇA seus aconselhados. É comum fazermos o papel dos acusadores, mas não é esse o papel do conselheiro, mas sim o papel do representante de Deus. Nossa tarefa não é acusar; podemos até apontar o erro como vimos mais acima no "proporcionar Feedback", mas não acusar, condenar fazê-los pagar pelo erro, esse não é o papel do conselheiro. Como Conselheiros não podemos achar que somos representantes da justiça Divina pelo contrário somos representantes do amor e da misericórdia de Deus. Confrontar com Graça é o que há de mais belo, foi dessa forma que Jesus confrontou Zaqueu, Pedro, a Samaritana, Madalena e outros. A Graça é um poderoso "instrumento terapêutico" cuja eficácia encontra-se em diversas passagens bíblicas e na história de homens e mulheres de Deus que compreenderam a mensagem de Jesus. Mudança não se impõe a ninguém, se propõe. A proposta de Deus a nós, é que tenhamos vida em abundancia e esta "vida" passa pela busca individual de cada um de nós. Alguns precisam de ajuda para realizar tal busca, cabe a nós mostrar o caminho, como dizia John Stott, "Evangelizar é um mendigo dizendo ao outro onde encontrou o pão". (5) Bibliografia: - Hoff, Paul. "O pastor como conselheiro". Editora Vida. - Naisbitt, John. "High tech, high, touch". Editora Cultrix. - Miller, William R. "Entrevista Motivacional". Artmed. 2001. - "Referencial para curso de educação profissional de nível técnico. Curso, Técnico em Reabilitação de Dependentes Químicos". Senad. - "Bíblia de Estudo", Genebra. - "Preleção" Jonatas Carlos de Carvalho", Conselheiro em D.Q., Coordenador da Comunidade Terapêutica. S.O.S. VIDA, Cabo-Frio.
24 de maio de 2003