sábado, 23 de fevereiro de 2008

CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS PARA DEPENDÊNCIA, ABUSO, INTOXICAÇÃO E ABSTINÊNCIA DE SUBSTÂNCIAS

1. Classificação DSM Evolução Cronológica do DSM DSM-I publicação 1952 DSM-II publicação 1968 DSM-III publicação 1980 DSM-III-R publicação 1980 - Inclui o Abuso DSM-IV publicação 1994 DSM-IV-TR publicação 2000 - Informação Extra* DSM-V publicação agendada para 2011 ("APA – American Psychiatric Association [Associação Psiquiátrica Americana"]. "DSM – Diagnostical and Statistical Manual of Mental Disorders" ["Manual de Diagnóstico e Estatística das Perturbações Mentais"]). WHO: Classificação ICD *”As seções de texto do DSM-IV-TR fornecendo informação extra foram atualizadas como foram alguns dos códigos dos diagnósticos com vistas a manter coerência com a CID-10.” ("WHO – World Health Organization" ["OMS – Organização Mundial de Saúde"]. "ICD – International Statistical Classification of Diseases" ["CID-10 – Classificação Estatística Internacional de Doenças"]). 2. Critérios Diagnósticos Substâncias - Álcool - Anfetamina ou simpaticomiméticos de ação similar - Cafeína - Canabinóides - Cocaína - Alucinógenos - Inalantes - Nicotina - Opióides - Fenciclidina (PCP) ou arilciclo-hexilaminas de ação similar e sedativos - Hiponóticos ou ansiolíticos Critérios para Dependência de Substância Um padrão mal-adaptativo de uso de substância, levando a prejuízo ou sofrimento clinicamente significativo, manifestado por três (ou mais) dos seguintes critérios, ocorrendo a qualquer momento no mesmo período de 12 meses: (1) Tolerância, definida por qualquer um dos seguintes aspectos: (a) Uma necessidade de quantidades progressivamente maiores da substância para adquirir a intoxicação ou efeito desejado (b) Acentuada redução do efeito com o uso continuado da mesma quantidade de substância (2) Abstinência, manifestada por qualquer dos seguintes aspectos: (a) Síndrome de abstinência característica para a substância (consultar os critérios A e B dos conjuntos de critérios para Abstinência das substâncias específicas) (b) A mesma substância (ou uma substância estreitamente relacionada) é consumida para aliviar ou evitar sintomas de abstinência (3) A substância é freqüentemente consumida em maiores quantidades ou por um período mais longo do que o pretendido (4) Existe um desejo persistente ou esforços mal-sucedidos no sentido de reduzir ou controlar o uso da substância (5) muito tempo é gasto em atividades necessárias para a obtenção da substância (por ex., consultas a múltiplos médicos ou fazer longas viagens de automóvel), na utilização da substância (por ex., fumar em grupo) ou na recuperação de seus efeitos (6) Importantes atividades sociais, ocupacionais ou recreativas são abandonadas ou reduzidas em virtude do uso da substância (7) O uso da substância continua, apesar da consciência de ter um problema físico ou psicológico persistente ou recorrente que tende a ser causado ou exacerbado pela substância (por ex., uso atual de cocaína, embora o indivíduo reconheça que sua depressão é induzida por ela, ou consumo continuado de bebidas alcoólicas, embora o indivíduo reconheça que uma úlcera piorou pelo consumo do álcool) Especificar-se: Com Dependência Fisiológica: evidências de tolerância ou abstinência (isto é, presença de item 1 ou 2). Sem Dependência Fisiológica: não existem evidências de tolerância ou abstinência (isto é, nem item 1 nem item 2 estão presentes). Especificadores de curso: Remissão Completa inicial; Remissão Parcial Inicial; Remissão Completa Mantida; Remissão Parcial Mantida; Em Terapia com Agonista; Em ambiente Controlado. Critérios para Abuso de Substância A. Um padrão mal-adaptativo de uso de substância levando a prejuízo ou sofrimento clinicamente significativo, manifestado por um (ou mais) dos seguintes aspectos, ocorrendo dentro de um período de 12 meses: (1) uso recorrente da substância resultando em um fracasso em cumprir obrigações importantes relativas a seu papel no trabalho, na escola ou em casa (por ex., repetidas ausências ou fraco desempenho ocupacional relacionados ao uso de substância; ausências, suspensões ou expulsões da escola relacionadas a substância; negligência dos filhos ou dos afazeres domésticos) (2) uso recorrente da substância em situações nas quais isto representa perigo físico (por ex., dirigir um veículo ou operar uma máquina quando prejudicado pelo uso da substância) (3) problemas legais recorrentes relacionados à substância (por ex., detenções por conduta desordeira relacionada a substância) (4) uso continuado da substância, apesar de problemas sociais ou interpessoais persistentes ou recorrentes causados ou exacerbados pelos efeitos da substância (por ex., discussões com o cônjuge acerca das conseqüências da intoxicação, lutas corporais) B. Os sintomas jamais satisfizeram os critérios para Dependência de Substância para esta classe de substância. Critérios para Intoxicação com Substância A. Desenvolvimento de uma síndrome reversível específica à substância devido à recente ingestão de uma substância (ou exposição a ela). Obs.: Diferentes substâncias podem produzir síndromes similares ou idênticas. B. Alterações comportamentais ou psicológicas clinicamente significativas e mal-adaptativas devido ao efeito da substância sobre o sistema nervoso central (por ex., beligerância, instabilidade do humor, prejuízo cognitivo, comprometimento da memória, prejuízo no funcionamento social ou ocupacional), que se desenvolvem durante ou logo após o uso da substância. C. Os sintomas não se devem a uma condição médica geral nem são melhor explicados por um outro transtorno mental. Critérios para Abstinência de Substância A. Desenvolvimento de uma síndrome específica à substância devido à cessação (ou redução) do uso pesado e prolongado da substância. B. A síndrome específica à substância causa sofrimento ou prejuízo clinicamente significativo no funcionamento social, ocupacional ou outras áreas importantes da vida do indivíduo. C. Os sintomas não se devem a uma condição médica geral nem são melhor explicados por outro transtorno mental. 3 – Questionário Estruturado Escalas objetivas de avaliação de dependência física ao álcool já foram criadas e de uso rotineiramente utilizadas em diversos serviços especializados. A mais freqüentemente recomendada é a SADD (quadro 2-2). Constitui instrumento útil inclusive para determinar o risco de desenvolvimento de manifestações de abstinência ao álcool, no caso de sua suspensão. Essa avaliação de risco é fundamental para decidir o ambiente adequado para essa suspensão. Manifestações graves da Síndrome de Abstinência ao álcool podem ser ameaçadoras à vida e obrigam a utilização de medicamentos específicos, geralmente em ambiente hospitalar (veja capítulo 15).("SADD – Alcohol Dependence Data Questionaire" ["Questionário Estruturado de dados para Dependência Alcoólica"]) 4 – Referências: 1. Brief History of DSM Acesso em 13 abr. 2007 2. Transtornos Mentais Relacionados a substâncias Acesso em 9 abr. 2007 3. JABER FILHO, Jorge Antonio; ANDRÉ, Charles. "Alcoolismo" (p.9-10). Rio de Janeiro: Revinter, 2002

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Curso de Introdução à Dependência Química e Prevenção Primária

Curso de Introdução à Dependência Química e Prevenção Primária Aos Comportamentos de Risco As substâncias psicoativas acompanham o homem desde as sociedades mais primitivas, nos rituais de cura, místicos e religiosos. Nesses momentos, as referidas substâncias estavam sob o controle da coletividade, por representar hábitos sociais. Entretanto, os processos de modernização e industrialização, trouxeram não só descobertas benéficas para a população, mas também diversos produtos químicos passíveis de abuso. O homem modificou a sua forma de se relacionar com as drogas, dessacralizou o uso e se colocou como agente perene do consumo dessas substâncias. O uso permissivo das drogas, inclusive de crianças e adolescentes, que por suas particularidades não só, mas também, etárias, formam uma população mais suscetível ao consumo de substâncias psicoativas. Esse consumo vem sendo questão de preocupação para a saúde pública, à medida que cada vez mais observamos uma diminuição da faixa etária do início de uso, aumento acelerado no padrão de consumo, que por muitas vezes se transforma em abuso, ou dependência. Aos poucos, pode agravar as dificuldades primárias e criar outras mais graves e pesarosas (degradação mora/física, isolamento, marginalização em alguns casos à morte). Tal contexto impõe aos profissionais e à sociedade, constantes desafios, quanto ao conhecimento, limites e possibilidades referentes à temática. Daí a necessidade de capacitação e aprimoramento teórico-prático constantes. Pautados nessas justificativas, o CENTRO GAIA e ORÁCULO propõem o "Curso de Introdução à Dependência Química", como o passo primordial e inicial no conhecimento dessa área e/ou realização de trabalhos de atenção ao uso indevido de drogas (tanto lícicitas como as ilícitas).
* Início: 04/03/08 * Horário: Terças, 19h às 22h
*Objetivo:Formação e qualificação para o desenvolvimento de atividades de prevenção ao uso indevido de substâncias psicoativas junto às instituições, órgãos e comunidade em geral.
*Público-alvo: profissionais e estudantes das áreas: Saúde, Educação, Desenvolvimento Social e demais áreas Humanas; membros de instituições ou órgãos interessados no assunto.
*Carga Horária: 01 (um) encontro semanal com 03 (três) horas de duração por um período de 06 (seis) meses, totalizando 72 horas.
*Número de Alunos por turma: 25 alunos.
*Local de Execução: ORÁCULO – Centro de Educação Continuada e Qualificação Profissional.
*Metodologia: Aulas expositivas, debates, filmes, dinâmicas, trabalhos individuais e em grupo.
*Avaliação: A avaliação será processual por meio de trabalhos individuais, em grupo e ao fim do período com elaboração de projeto.
*Investimento: Taxa de Inscrição - R$ 50,00 + 6 parcelas de R$ 80,00.
*Coordenação/Execução: Rosa Maria Tavares de Medeiros e Christiane Cortes Amaral (Assistentes Sociais e Conselheiras em Dependência Química), Fred Luiz Mauricio (Conselheiro em Dependência Química).
*Inscrições e Informações:
-Por telefone: (22) 2731-6699 / (22) 8126-7181 -Pessoalmente: Rua 13 de maio, 286, sala 507, Ed. Medical Center/Campos dos Goytacazes/RJ -Horário: seg. a sex. - 9h às 12h / 14h às 18h.

COMPORTAMENTO: A Verdadeira Expressão da Força de Vontade

Hagar, O Horrível

COMPORTAMENTO SOCIAL

A Comédia humana...
- Mark Cullum -
"Gente Como a Gente"

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

PREVENÇÃO PRIMÁRIA

Campanha Anti-cocaina
Brasil, 2005
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ARQUIVO:Enxaqueca - Uma Dor Que Sobe a Cabeça

O neurologista inglês Oliver Sacks lança um livro sobre a dor que acomete 20% da população mundial e inspirou romancistas como Tolstói e filósofos como Pascal.
Um paciente de pouco mais de 30 anos, acometido de fortes crises de enxaqueca, só melhora quando empreende uma atividade física extenuante. Se estiver em casa, procura a mulher para "relações sexuais vigorosas"; na rua, entre em discussões ou provoca brigas físicas.
Para o neurologista Oliver Sacks, professor da Faculdade de Medicina Albert Einstein, em Nova York, esse caso, um dos muitos que ele relata no livro "Enxaqueca" (recém-lançado pela Companhia das Letras), mostra como podem ser inusitadas as saídas ebcontradas pelas vitimas da enxaqueca para lidar com uma doença que até hoje confunde os médicos e continua incurável, embora não mate ninguém.
Apesar dos medicamentos surgidos nos últimos anos, e que apenas aliviam os sintomas, quem sofre de enxaqueca (04 à 08% dos homens e 16 a 22% das mulheres nos Estados Unidos e na Europa) vive à espera da droga definitiva para minorar a doença, caracterizada sobretudo - mas não exclusivamente - por uma dor intensa e latejante nas têmporas. Em 60% dos pacientes, a dor, associada a uma dilatação dos vasos sanguíneos que irrigam o cérebro, atinge apenas o lado esquerdo da face, enquanto 40% dos casos ataca dos dois lados.
A Doença É Muito Mais Que Uma Dor de Cabeça
O medo é uma das consequências nefastas da enxaqueca, informa Sacks que, aos 63 anos, já tratou de mais 1.200 pacientes com a doença e cujo livro tornou-se um clássico sobre o tema (a primeira edição é de 1972 e a última, no Brasil em 1996, traz extenso acréscimo sobre avanços recentes no tratamento). Muitos enxaquecosos, sobretudo os jovens que têm uma crise pela primeira vez, não entendem o que está acontecendo e apavoram-se, pensando que estão tendo um derrame, um tumor cerebral ou até um ataque de loucura. Ainda mais porque, em muitos casos, acontecem verdadeiras alucinações visuais, que podem até parecer experiências esotéricas.
A atitude comum entre a maioria dos médicos e pacientes ainda é a de considerar a enxaqueca uma forma agravada e recorrente de dor de cabeça, em geral acompanhada de vômito e disturbios de visão. Para Sacks, porém, "a doença é muito mais do que isso. Ela deve ser vista de forma abrangente", explica, "como um acontecimento fisico que também pode ser emocional ou simbólico".
- "A enxaqueca expressa necessidades fisiológicas e emocionais, sendo o protótipo de reação psicofisiológica. Para entendê-la, é preciso basear o raciocínio na neurologioa e na psiquiatria".
O neurologista Abouch Krymchantowski, diretor do Centro de Tratamento da Dor de Cabeça e membro da International Headache Society, diz que há mais de cem tipos de dor de cabeça.
Na Enxaqueca, O Doente se Vê Como Num Pesadêlo
Mas o interesse pela enxaqueca deve-se ao fato de ela ser um tormento para milhões. Embora quase 30% da população adulta mundial sofra de dores de cabeça crônicas (a de origem tensional é a mais frequente e se verifica em 80% dos casos), a enxaqueca causa incapacitação temporária.
No fenômeno conhecido como Aura de Enxaqueca, por exemplo, a pessoa sente-se como se estivesse tendo um pesadelo diurno. Existe uma experiência alucinatória que é dificil aceitar. Uma paciente de Sacks, de 25 anos, teve uma aura durante uma consulta. Por 45 minutos, riu sem parar e teve diminuida sua capacidade de usar linguagem. Ao recobrar-se, desculpou-se com as seguintes palavras: "Não sei do que estava rindo, não pude evitar".
As variedade de sintomas pode confundir os médicos, embora a maioria dos pacientes se queixam de intolerância à luz, aos ruídos e aos odores, e apresentam crises que duram de duas a 72 horas, até duas vezes por semana. Há pessoas que chegam a interromper atividades por causa das crises, como a secretária Maria de Lourdes Silveira, 45 anos, que sente os primeiros sinais de enxaqueca às sextas-feiras, depois do expediente, e passa muitos fins de semana de cama.
O Tratamento Exige Drogas E Mudança De Hábitos De Vida
Maria de Lourdes ja peregrinou por diversos consultórios médicos e agora está experimentando Ioga. Ela acha que o estresse pode estar na raiz da sua enxaqueca, mas ainda não se livrou das crises com a Ioga.
Sacks relata casos de homens que só se sentem bem trabalhando, mesmo no auge de crises de enxaquecas, e lembra que Freud tinha enxaqueca. Uma coisa é certa: a enxaqueca não tira a criatividade de ninguém. O russo Leon Tolstói escreveu o clássico "Guerra e Paz" em meio às dores da enxaqueca e o inglês Lewis Carrol usou seus delírios visuais como inspiração para cenas de "Alice no país das maravilhas". Antes deles, o filósofo e físico Pascal passou parte dos seus 40 anos de vida tendo ilusões em que via desaparecer, como num precipício, tudo o que encontrava à sua esquerda. Daí surgiu a expressão "l'abîme (o abismo) de Pascal". É comum que a enxaqueca se repita numa mesma família e atinja mais as mulheres, provavelmente por causa da diminuição dos níveis de serotonina, um neurotransmissor cerebral.
- "A disfunção bioquímica produz inflamação das artérias das meninges e extra-cranianas. Como há pouca serotonina, a dor é mais intensa" - explica Krymchantowski.
O tratamento da enxaqueca exige uso de substâncias químicas em caráter diário ou preventivo, quando as crises ocorrem com frequencia, além de modificação da hábitos de vida.
Alguns Alimentos E Cheiros Desencadeiam As Crises
É preciso prevenir o estresse dormir bem e evitar variações de temperatura. para muita gente, determinados alimentos desencadeiam as crises e uma dieta pode acabar com elas. Os maiores vilões costumam ser os queijos amarelos envelhecidos (que contém tiramina), frutas cítricas, banana, linguiças, alimentos com conservantes (nitritos e nitratos), frituras, chocolates (que contém feniletilamina), café, chá e álcool. Krymchantowski explica que o tratamento da enxaqueca pode ser preventivo ou sintomático. Na prevenção pode-se indicar o uso de medicamentos betabloqueadores (substâncias usadas com frequência em hipertensos e portadores de doenças cardíacas), antidepressivos e bloqueadores dos canais de cálcio.
Outras novidades são a riboflavina e a capsaicina (derivada da pimenta vermelha). Também são indicados exercícios de alongamento e relaxamento da cabeça e pescoço, aplicação de calor, massoterapia, biofeedback (técnica que permite ao próprio paciente controlar a dor) e estimulação elétrica transcutânea (TENS). Os derivados da ergotamina devem ser usados com restrições, pois podem transformar uma exaqueca intermitente em dor crônica diária. Na lista das drogas mais modernas, algumas ainda não receberam nome comercial, como o 311C90 (zolmitriptan), o S9977, o MK462 e o SSRJ. Em Israel e nos EUA, há quem recorra a um supelmento à base da erva matricária (Tanacetum Parthenium).
- "Essas substâncias, apesar de serem eventualmente eficazes, devem ser usadas o mínimo possível pelos doentes" -0 adverte Abouch Krymchantowski.
Os numeros no Brasil (pesquisa realizada com 3 mil brasileiros portadores de dor de cabeça crônica)
* Sentem dor durante o dia - 88,6%
* Acham a dor insuportável - 87,6%
* Excesso de atividade profissional - 75,6%
* Sempre sentiram dor - 74,5%
*Têm mais de um episódio por semana - 72,8%
* Têm pelo menos um parente com cefaléia crônica - 67,3%
* Dizem que bebidas, até em doses pequenas, causam dor - 64%
* Acreditam sentirem mais de um tipo de cefaléia - 63%
* Não temn idéoia da causa - 61,1%
* Esquece coisas com frequência - 60,5%
* Não têm vida sexual normal por causa da dor de cabeça - 60,2%
* Consideram-se angustiados - 56,8%
* Casados (ofialmente ou não) - 55,2%
* Consideram-se deprimidos - 49,3%
* Mulheres no período menstrual - 48,5%
* Fumantes - 20,7%
* Tomam bebidas alcoólicas regularmente - 10,4%
Fonte: Associação Brasileira dos Portadores de Dor de Cabeça e do neurologista Abouch Krymchantowski
Por Dentro Das Dores de Cabeça
Dor de cabeça, náusea. Em seguida, uma sensação generalizada de desortem. A dor aumenta quando vem um acesso de tosse, diminui quando se deita. Em alguns casos, dura 15 minutos; noutros, um dia; nos mais comuns, três horas. Nos casos mais graves, as têmporas latejam. Os sintomas variam, assim como as descrições médicas, mas num ponto a enxaqueca parece imutável: os seus acessos continuam a assombrar pacientes de todas as classes e idades, sem remédio à vista, exatamente como nos últimos 15 séculos.
Enxaqueca: 20%
- Dor forte, geralmente em apenas um lado da face, pulsátil e agravada por atividade física; pela de aspecto pálido; náusea e vômito.
- Sintomas de Aura (fase inicial que se caracteriza por alterações visuais, formigamento e dormência da face) ocorrem em 20% dos ataques.
- Intolerância à luz e ao barulho.
Dor Por Tensão: 80%
- Dura em média 30 minutos a uma semana.
- Intolerância à luz e ao barulho.
- Pode variar de intensidade durante o dia, dor em peso ou pressão, localização nos dois lados da face.
- Pode estar associada ao estresse, sintomas de ansiedade e depressão são comuns.
Dor Em Ondas: 1%
- Pode ocorrer sempre nas mesmas horas da noite, dor lancinante ao redor dos olhos, a dor pode se irradiar para a têmpora, queixo, nariz e dentes.
- Queda da pálpebra, lacrimejamento.
- Pode atingir os dois lados da face.
- Conjestão nasal.
- Face avermelhada.
- Ataque precipitado por bebida alcoólica, ar frio ou quente e substâncias vasodilatadoras.
Abstinência de Analgésicos: 02%
Ocorre todo dia, persistindo por horas.
- A dor pode diminuir com o uso de analgésicos; indivíduos que se medicam pelo menos uma vez por dia correm mais riscos.
- A dor pode ser suave ou moderada, nos dois lados da face, atingindo a área frontal, piora se a medicação é interrompida, a dor aparece ao despertar.
Hemicrânia Crônica: 0,8%
- O ataque pode ser precipitado por movimentos com a cabeça.
- Congestão nasal, leve queda e edema das pálpebras e lacrimejamento.
- Dor intensa na fronte e na têmpora, a dor irradia-se para o ouvido, pescoço e ombros.
- Dura em média um a três minutos, pode ocorrer até 14 vezes por dia e pode causar náusea e vômito.
A Dor De Cabeça Entre os Sexos
- Homens - 22,7%
- Mulheres - 77,3%
Dicas Para Evitar O Mal
- Evite dormir até tarde nos fins de semana. Acorde à mesma hora durante todos os dias. Dormir mal pode desencadear dor de cabeça.
- Quem sofre de dores de cabeça frequentes deve evitar alimentos como queijo, chocolate, frutas cítricas e vinho tinto. eles contêm substâncias que estimulam as crises.
- Use técnicas de relaxamento e de combate ao estresse, como biofeedback e eletroestimulação transcutânea.
- Não use travesseiro muito alto e evite falar ao telefone e escrever ao mesmo tempo. Isto provoca tensão muscular.
- Mantenha a boa postura. Evite assistir à TV deitado. Sente-se corretamente.
- Não deixe de fazer suas refeições por conta própria. Quando o teor de açúcar no sangue está baixo, pode ocorrer dor de cabeça.
- Evite usar frequentemente analgésicos. Eles podem causar um tipo de dor de cabeça cahado de rebote. O organismo exige cada vez mais medicação, gerando um círculo vicioso.
Visão Em Mosaico - é aquela em que a imagem é fracionada em facetas irregulares, de tamanho variado. Quando as facetas são maiores, o mundo visual adquire a aparencia de um mosaico clássico ou até mesmo uma aparência cubista.
Tunel ou Funil - nesta visão, a aura assumiria, caso fosse registrada em computador, um padrão de ondas concêntricas ou em forma de espiral. A distorção da imagem visual é similar à experimentada durante alucinações por consumo de drogas.

Visão Trêmula - é outra alucinação elementar comumente experimentada por pacientes de enxaqueca. Ocorre uma ondulação do campo visual, que os pacientes podem comparar a uma superfície aquática agitada pelo vento ou ao olhar através de um retalho de seda salpicada de água.

Bordas Cintilantes - nessa visão de um paciente com aura de enxaqueca, a imagem aparece ofuscada por uma superficie branca, com as bordas apresentando cintilações contínuas. O paciente observa "manchas luminosas" passando através de seu campo visual dois ou três dias antes de cada acesso.

Helliete Vaitsman

Antônio Marinho

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

CONTRA-PROPAGANDA

Campanha norte-americana para áreas livres para o uso de drogas

LITERATURA: Taras da Moda ou Moda dos Tarados?

Livro analisa como estilistas se apropriaram da perversão e foram acusados de insuflar as mulheres.
Navegando entre a agonia, êxtase e lucros, a vertente mais constante da moda nos últimos 30 anos é feita de erotismo perverso, sugestões de violência sadomasoquista e - dependendo do ponto de vista - insulto às mulheres ou reconhecimento de sua superioridade. Quem garante e apresenta provas é Valerie Steele, no recém lançado "Fetish - Fashion, sex and power" ("Fetiche - Moda, sexo e poder"), Oxford University. A autora sabe do que fala. Estudiosa da história da cultura e professora do prestigiado Fashion Institute of Technology de Nova York, em Manhattan, este é seu quinto livro a lidar com moda, erotismo e os papéis sexuais estampados naquilo que é vestido (ou despido) por homens e mulheres. Espartilhos, sapatos bizarros ou de saltos altíssimos, roupas justas de couro e borracha, botas de cano alto, sutiãs e calcinhas usados publicamente, tatuagens, body piercings: todo o secreto arsenal dos fetichistas - homens, na esmagadora maioria (apenas 1% das mulheres é fetichista) - parece ter se liberado da vergonha vitoriana, saído das alcovas e ganhado as ruas. O que tornaria o fetichismo significativo em nosso tempo histórico, acredita Ms. Steele, é não estar mais associado primariamente às "perversões" (aspas dela) sexuais do indivíduo ou às subculturas sexuais (como sadomasoquistas, adeptos do leather, etc). - "Foi o movimento de liberação sexual dos anos 60 e 70 que provocou a reviravolta, obrigando a uma revisão dos chamados desvios. Ym simboilo claro foi a adoção das botas de cano alto, que identificavam as prostitutas" - diz Ms. Steele ao "ELA".
Dior foi precursos do fetichismo na "couture"
Simbolos fetichistas na alta moda, no entanto, teriam surgido muito antes, com Chrsitian Dior, no final dos anos 40. Sua "new line" - com a adoção da silhueta de ampulheta, equilibrada sobre saltos finos - originou o retorno das cintas, espartilhos, sutiãs com armações rígidas e sapatos de saltos altíssimos, todos objetos típicos do altar fetichista. A década de 50, com a figura feminina espremida em roupas ainda mais justas, forçada a caminhar na ponta dos pés dos sapatos de saltos sete e meio, aparece como os anos de prata do universo fetichista. Saint Laurent, nos anos 60, espalhou exemplos em mais de uma coleção. Em 1974, a butique de Vivienne Westwood (chamada "Sex" e decorada com chicotes, máscaras de couro e outros mimos sadomasô) já dava sinais do que, levemente alterado, levaria às passarelas. - "Enquanto parte do movimento feminista denunciava que eram estilos que desumanizavam a mulher, outra parte aplaudia a dominatrix como o espelho do crescente poder feminino" - conta Ms. Steele. Apesar das ilustrações e fotos que estariam à vontade em revistas semipornográficas ("é impossível falar de fetiche sem esbarrar no moralismo", ela avisa), seu livro é sério, recheado de citações de Freud, Foucault e Marx. O que poderá surpreender os menos atentos é que não há nada ali que já não tenha sido visto nas passarelas - e adotado por muita senhora dita respeitável. Não custa lembrar que o night club londrino Skin Two, inaugurado em 1983 como cenário favorito de desfiles como o de estilistas como Murray & Vern. Está certo que ingleses refinaram suas perversões durante o reinado da pudibunda rainha Vitória. Mas há mais.
Galtier diz que tinha fetiche pelo espartilho da avó.
As fashion victims da inagável vulgaridade do que Gianni Versace fez da coleção bondage (submissão), de 1992, não foram excessão. Também trilhavam o mesmo caminho Jean Paul Galtier (o sutiã pontudo que Madonna usou na turnê "Blond ambition" é apenas um dos seus muitos exemplos), Christian Lacroix, Vivienne Westwood, Dolce & Gabbana (na coleção "marafa rica", de 1991), John Galliano, Marc Jacobs (no outono de 1994), Betsey Johnson (suas bad girls datam de 1980), Anna Sui (na primavera de 1995), Thierry Mugler (constantemente revisitando a femme fatale), Azzedine Alaia (idem) e até mesmo Chanel (por Lagerfeld). - "Todos copiam o estilo, se não o espírito, do fetichismo" - garante a escritora. E já que as fantasias fetichistas invariavelmente passam pela humilhação, constrição, punição e inevitabilidade do desejo, Valerie Steele aproveita as 243 páginas de "Fetish - Fashion, sex & power" para apresentar origens históricas (onde a constrição dos pés das chinesas entra junto com o mito ocidental do sapato de Cinderela) e espantosas confissões intimas de alguns estilistas contemporâneos. A mais cândida ficou por conta de Gaultier: "O primeiro fetiche que fiz foi um espartilho (...) por causa de minha avó. Ela sempre me pedia para apertá-la dentro do seu". Malaise do final do século, reflexo da liberação sexual ou do mudo terror ancorado pela AIDS, o fetichismo na moda chegou para ficar. Até porque, no final das contas, moda é uma forma de fantasia. Mesmo quando dói, aperta e humilha.
Edney Silvestre Rio de Janeiro/RJ Jornal O Globo 02/03/1996 Sábado ------------------------------------------------------------------------------------