sexta-feira, 25 de julho de 2008

Dependência Química

DEPENDÊNCIA QUÍMICA E PERSONALIDADE

"A personalidade, como se concebe atualmente, é um padrão complexo de características psicológicas, normalmente inconscientes e difíceis de mudar, que se expressam automaticamente em quase todas as áreas de funcionamento do indivíduo. Esses traços, intrínsecos e gerais, surgem de uma matriz de determinantes biológicos e constitucionais, somados a elementos da aprendizagem que, em última instância, conferem à pessoa o padrão de perceber, sentir, enfrentar, comportar e se relacionar com a realidade" (Ballone, 2005).
"A idéia de Transtorno de Personalidade supõe uma variante mórbida desses traços de caráter, que vão além ou aquém daquilo que normalmente apresenta a maioria das pessoas. Entretanto, só quando esses traços são inflexíveis, desadaptados e causam algum prejuízo funcional significativo, ou algum mal estar subjetivo, é que constituem um Transtorno da Personalidade" (Milom, 1998). Os Transtornos de Personalidade e a comorbidade a eles associada, entre elas o muito freqüente consumo de substâncias, formam um terreno onde tanto as neurociências como a psicopatologia têm um grande campo de investigação. Um dos principais pontos dessa investigação tem sido a busca de uma característica adictiva entre os traços da personalidade dos pacientes. Quando tentamos relacionar o abuso de substâncias psicoativas ou dependência química com Transtornos de Personalidade, predominantemente estamos pensando no adolescente, no jovem e/ou no adulto jovem. A classificação para os tipos de comportamentos problemáticos, possivelmente decorrentes de Transtornos de Personalidade, é a de Transtornos Comportamentais Disruptivos. Entre esses Transtornos Comportamentais Disruptivos estão o Transtorno Desafiador e de Oposição, e o Transtorno de Conduta. Ambos apresentados ainda na infância e considerados comportamentos anti-sociais. Os desvios comportamentais com predileção para a agressividade, irritabilidade e oscilações do humor, tal como existem nos Transtornos Comportamentais Disruptivos, descrevem desvios das normas. Pesquisas atuais têm observado uma forte ligação entre esse tipo de comportamento e a inclinação para o uso de drogas ilícitas. Além dos transtornos por uso de substâncias, há outros transtornos conhecidos com características de comportamentos compulsivos: - Sexo Compulsivo - Tricotilomania (*) - Compulsão Alimentar
- Exercício Físico Compulsivo - Jogo Patológico (*) - Compras Compulsivas - Cleptomania (*) - Compulsão por Internet - Piromania (*) - Co-Dependência
(*)Transtornos de Impulso no DSM-IV O termo impulso, de origem psicodinâmica, manifesta a disposição da pessoa atuar de forma a diminuir a tensão de um instinto. Os Transtornos de Impulso (DSM-IV) formam um grupo diagnóstico heterogêneo com uma característica comum; a sensação de tensão ou ativação interior prévia, orientada a consumar a busca ao prazer, a gratificação ou a liberação. Todos esses transtornos têm como base comum o sintoma impulsivo intenso e mal adaptado ao qual a pessoa não sabe resistir. Sintomas e Mecanismos em Comum Entre Comportamentos Compulsivos - Disfunção Cognitiva - Obsessão Egossintônica - Inversão da Escala de Valores Afetivos e Sociais - Impulsividade e Compulsividade - Perda de Controle - Recorrência Apesar das Perdas e Danos - Relação Objetal Patológica - Dependência Progressiva - Tentativas Fracassadas de Parar ou Controlar - Uso de Mecanismos de Defesa: Negação, Racionalização, Isolamento , Dissociação TRANSTORNOS DE PERSONALIDADE – DSM-IV A Associação Norte-americana de Psiquiatria refere, no DSM IV, uma prevalência de 3% para os Transtornos de Personalidade em homens e de 1% em mulheres da população geral. Entretanto, essas porcentagens aumentam em populações clínicas, em geral até 30%, podendo chegar em determinados subgrupos populacionais como, por exemplo, entre os dependentes crônicos de substâncias psicoativas, até 92% (Dejong, 1993). As diferenças na incidência dos Transtornos de Personalidade entre pacientes dependentes químicos despertaram interesses em se relacionar essas duas condições. "A associação entre o Transtorno Anti-social da Personalidade e o alcoolismo é a mais estudada. São pacientes com maior gravidade, portadores de dependências mais longas e severas, são mais jovens e com escassas relações afetivas" (Powel et al, 1982). "Em relação à associação entre os comportamentos compulsivos e o Transtorno por Uso de Substâncias, existe uma importante porcentagem entre o álcool e o Jogo Patológico, ou entre o álcool e as compras compulsivas" (Saiz et al, 1992). "Uma outra comorbidade com os Transtornos Anti-Social e Borderline é a labilidade de humor (do normal à irritabilidade e não da euforia à depressão). A agressividade impulsiva, freqüentemente associada à labilidade do humor pode ter, como conseqüência, uma síndrome associada a comportamento anti-social e, dentro dela, a dependência química" (Ballone, 2005). Para Milom (1998), a relação entre o controle dos impulsos e os Transtorno de Personalidade é tão estreita que, durante muito tempo, os dois sistemas teóricos de classificação (CID.10 e DSM.IV) citavam a perda do controle dos impulsos como a primeira, de uma série de características, necessárias para classificar a gravidade do Transtorno de Personalidade. Para Ballone (2005), podemos considerar o "craving", que é a pulsão incoercível para o consumo imediato da droga, como a conjunção entre os impulsos e a personalidade. Essa dinâmica volição-personalidade se conceitua através de dois modelos; primeiramente, o modelo baseado na evitação dos efeitos muito desagradáveis da abstinência. Em segundo, o modelo baseado nos efeitos agradáveis associados ao consumo da droga. Ambos modelos compartilham princípios básicos comuns; a vocação do ser humano para a busca do prazer e para a fuga da dor.

Incidência de Transtornos da Personalidade em Dependentes Químicos

Autor

Ano

%

Tipo

Rounsavile

1982

50%

Transtorno Anti-Social

Woody

1984

15%

Transtorno Anti-Social

Khantziam

1985

65%

Borderline, Anti-Social e Paranóide

Regier

1990

52%

Transtorno Anti-Social e o Transtorno Borderline

Dinwiddle

1992

68%

Borderline, Anti-Social e Paranóide

Numberg

1993

47%

Transtorno Anti-Social e o Transtorno Borderline

Brooner

1993

50%

Transtorno Anti-Social

Verheul

1995

22%

Transtorno Borderline

Brooner

1997

35%

* não especificado

Bernardo

1998

64%

Transtorno Borderline

Sonne

1998

68%

* não especificado

MÉDIA

-

45,2%

Transtorno Anti-Social e Borderline

Referências Bibliográficas - Ballone, GJ - "Dependência Química" - in. PsiqWeb, Internet, disponível em www.psiqweb.med.br, revisto em 2003 - Ballone, GJ - "Drogadicção e Personalidade" - in. PsiqWeb, Internet, disponível em www.psiqweb.med.br, revisto em 2005 - Dejong, CA; Vam Dem Brink, W; Hartevelde, FM; Vam Der Wielem, EG. "Personality disorders im alcoholics ande drug addicts". Compr Psychiatry 1993; 34: 87-94 - Girolamo G. de, Reich, JH. "Epidemiologia dos Trastornos mentais e dos problemas psicosociales: Trastornos da personalidade". Organização Mundial da Salud: Meditor; 1996: 67. - Milom, T; Dawis RD. "Trastornos da personalidade". Más ala do DSM IV. Barcelona: Masson; 1998: 853. - Negreiros, M.A. Aula ministrada no Curso de Pós-Graduação “Prevenção e Tratamento no Abuso de Substâncias". PUC-Rio, 15/09/2007. - Powel, BJ; Pewick, EC; Othmer, DE; Bingham, SF; Rice, AS. "Prevalence of additional psychiatric syndromes among male alcoholics". J Clim Psychiatry 1982: 43: 404-7. - Saiz J; Moreno, I; Lopez Ibor, JJ. "Ludopatia: Estudio clínico e psicoterapéutico-evolutivo de um grupo de jugadores patológicos". Actas Luso-Españolas de Neurol Psiquiatria 1992;20(4):189-197.

EDUARDO HOFFMANNCURSO DE FORMAÇÃO DE TERAPEUTAS EM ACONSELHAMENTOCLÍNICA JORGE JABER RIO DE JANEIRO, 24 DE SETEMBRO DE 2007.

----------------------------------------------------------------

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Dependência Quimica: Familia

AVALIAÇÃO DA FAMÍLIA A Família do Dependente Químico
O uso e o abuso de substâncias psicoativas de um indivíduo não só o afetam diretamente como também prejudicam e atingem a todas as outras pessoas que estão à sua volta. Por isso a dependência química é também considerada uma doença familiar, pois atinge aos membros da família adoecendo-os lentamente. Podemos dizer, também, que ela é uma doença comportamental e social.
A estrutura da família se modifica quando um membro se torna D.Q..
Geralmente os valores são incompatíveis e, como o grupo familiar precisa sobreviver, as famílias se desorganizam e se disfuncionalizam.
A comunicação não é saudável, geralmente ruidosa e tensa, o ambiente tornar-se sem regras e limites, as pessoas passam a se relacionar com ressentimentos, normalmente são ansiosas ou, não suportando a pressão, podem deprimir. Neste sistema disfuncional o tema central da família passa a ser o abuso de substâncias e, frequentemente, os membros desta família usam defesas primárias como negação, projeção e racionalização para lidar com o conflito. Frequentemente, nas famílias do D.Q., notam-se níveis altos de violência, agressividade e abusos de uma maneira geral. É comum em famílias de dependentes químicos notar-se uma falta de regras, limites, hierarquia, liderança, comunicação, moral ou ética. O Impacto Emocional A família é um sistema dinâmico e em constante transformação que cumpre sua função social transmitindo os valores e as tradições culturais. O impacto que a família sofre com o uso de drogas por um de seus membros é correspondente às reações que vão ocorrendo com o sujeito que as utiliza. Devido a este impacto, a família progressivamente passa por 4 estágios: 1. No primeiro estágio, prepondera o mecanismo de negação, ocorrem tensão e desentendimento, as pessoas deixam de falar o que realmente pensam e sentem. 2. No segundo estágio, a família toda está preocupada com essa questão, tentando controlar o uso da droga e do álcool, assim como todo o resto (no campo do trabalho e convívio social), portanto é comum que as mentiras e as cumplicidades apareçam nesta fase num clima de segredo familiar, mantendo a ilusão do controle, “não falar do assunto como se estivesse causando problema para família”. 3. No terceiro estágio, a desorganização da família é enorme, os membros passam a assumir papéis rígidos e previsíveis servindo de facilitadores, responsabilizando-se por ações que não são suas e sim dos dependentes químicos, ocorrendo inversões de papéis, facilitando com isso que o DQ não se responsabilize por suas ações, nem as decorrentes do uso e nem das conseqüências do mesmo. 4. O quarto e último estágio é caracterizado pelo cansaço emocional, podem surgir graves distúrbios de comportamento em todos os familiares, podendo levar até ao afastamento entre eles gerando grave desestruturação familiar. Os principais sentimentos da família que convive com DQ’s são: raiva, ressentimento, descrédito das promessas de parar, dor, impotência, medo do futuro, falência, desintegração, solidão diante do resto da sociedade, culpa e vergonha pelo estado em que se encontra. A melhor defesa de uma família contra o impacto emocional do abuso de drogas e da dependência química é adquirir conhecimento, alcançando assim a maturidade e coragem necessárias para usar esse conhecimento. De fato, para que um programa eficiente de recuperação aconteça, o familiar em geral precisa de mais assistência e orientação do que o próprio DQ (ou paciente identificado). Como já mencionamos anteriormente, dependência química é uma doença que tem um grande impacto sobre os familiares. Quanto mais distorcidas ficam as emoções dessas pessoas, mais inadequada fica a ajuda. A interação entre o D.Q. e sua família pode tornar-se destrutiva em vez de construtiva, como por exemplo, os mais próximos serem sistematicamente acusados ou responsabilizados por todas as suas dificuldades. Nenhum indivíduo é responsável pela dependência de drogas de outra pessoa ou por sua recuperação. No entanto, por falta de conhecimento, aqueles mais próximos podem permitir que a doença não seja detectada, até apoiar o seu desenvolvimento e contribuir para que o tratamento seja evitado. Por outro lado, através da compreensão do problema e com coragem, o familiar pode tomar atitudes que levam o DQ a uma recuperação antecipada - apesar de que isto não pode ser absolutamente garantido. As pessoas diretamente envolvidas na vida do DQ não podemtratarda doença. Na medida em que a dependência química progride, aqueles mais próximos do DQ ficam emocionalmente envolvidos. Inicialmente, a melhor ajuda que eles podem dar ao DQ é procurar auxílio e orientação para sua própria situação, para que eles não façam o papel de coadjuvantes no padrão de doença progressiva da dependência de drogas. Antes de mais nada, é preciso compreender que a família pode fazer tudo que é conhecido e dado como certo e, no entanto a doença pode prosseguir sem controle. Precisamos pensar na família como um sistema operante, onde todos os membros da família têm seus papéis e fazem parte de uma engrenagem. Assim, quando o DQ entra em recuperação, isto inclui a recuperação da doença emocional familiar. E a maneira de começar a ajudar na recuperação do DQ é começar trabalhar a si mesmo. Falando Sobre Co-Dependência Em 1987, um folheto distribuído em um serviço de treinamento sobre D.Q. e a família, patrocinado pelo Johnson Institute of Minneapolis, descreveu a Co-Dependência da seguinte forma:Um conjunto de comportamentos compulsivos e inadaptáveis adquiridos por membros de uma família que passa por estresse e grandes dores emocionais como forma de sobrevivência”. Essa definição refere-se a comportamento adotado por familiares de um DQ para sobreviver, mas que se tornou destrutivo. É necessário adquirir novos comportamentos, em vez de tentarmos obsessivamente controlarmos os outros (DQ). Aprendemos a desligar em vez de permitir que alguém nos use e nos magoe, estabelecemos limite em vez de reagirmos, agimos e permitimos que as coisas entrem nos eixos. Deixamos de nos concentrar no que está errado e passamos a observar o que está certo. Aprendemos a nos relacionar, aprendemos a amar a nós mesmos. Recuperar-se também significa lidar com quaisquer outros assuntos ou comportamentos compulsivos que encontramos em nosso caminho. A co-dependência é furtiva e enganosa. E também progressiva senão tratada. Tratamento · Grupos de Mútua Ajuda: Têm como base os 12 passos dos Alcoólicos Anônimos. Representam uma fonte importante de apoio para a recuperação de muitas pessoas que procuram ajuda para problemas com drogas. Trata da questão da co-dependência como uma doença de relacionamentos num sistema familiar em que um dos membros pode ser quimicamente dependente.

· Abordagem Sistêmica: A família é vista como um sistema que se mantém em equilíbrio. A partir desse enfoque busca a mudança no sistema entre os membros da família pela organização da comunicação.

· Terapia de Grupo Familiar (Co-dependente): Trabalha a conscientização da doença do DQ e da própria doença (CO-DQ), dos comportamentos de negação, controle e facilitação, trabalhando o desligamento emocional, a conscientização da impotência, aprendendo a ser mais assertivo e responsável, libertando-se aos poucos da culpa e da raiva. O terapeuta familiar deve estar atento, pois de modo direto ou indireto a família busca ajuda para o sofrimento de seu familiar.

Referências Bibliográficas: 1. Laranjeira, R., Bordin, S, Figglie, N., "Aconselhamento em Dependência ". Ed. Roca 2004.

2. Bettie, M, "Para além da Co-dependência", ed. Record 2002.

3. Nichols, M, Schwartz, R, "Terapia Familiar – conceitos e métodos", ed. Artmed.

] Christiana Innecco
------------------------------------------

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Alcoolismo

Síndrome de Abstinência Alcoólica - A Síndrome de Abstinência Alcoólica corresponde às mudanças pelas quais o corpo passa quando uma pessoa, subitamente, deixa de beber depois de usar álcool de forma intensa e prolongada. Os sintomas incluem tremores, insônia, ansiedade e outros sintomas físicos e mentais. O Álcool torna lento o processamento do cérebro, efeito também chamado sedativo ou depressor. Em uma pessoa que bebe muito, em longo prazo, o cérebro é exposto quase continuamente ao efeito depressor do álcool. Com o passar do tempo, o cérebro ajusta sua própria química para compensar este efeito. Ele faz isso através da produção de substâncias químicas naturalmente estimulantes (como a serotonina ou a noradrenalina - que são “parentes” da adrenalina) em quantidades maiores que as normais. Se o álcool é retirado de repente, o cérebro se comporta como um veículo acelerado que perdeu os freios. Conseqüentemente, a maioria dos sintomas da abstinência alcoólica (retirada) são sintomas que acontecem quando o cérebro é super estimulado. A forma mais perigosa de abstinência alcoólica acontece em uma em cada 20 pessoas que têm síndrome de abstinência. Esta condição é chamada Delirium Tremens. No Delirium Tremens, o cérebro não pode reajustar sua química lentamente depois que o uso do álcool foi interrompido. Isto cria um estado de confusão temporária e leva a perigosas mudanças na maneira como o cérebro regula a circulação e a respiração. Os sinais vitais do corpo, como sua freqüência cardíaca ou a pressão sanguínea, podem mudar drásticamente, de forma imprevisível, levando ao risco de ataque do coração, derrame cerebral ou morte. Quadro Clínico - Se o cérebro já está acostumado aos hábitos da pessoa que bebe muito, ele pode levar algum tempo para se ajustar novamente. A síndrome de abstinência ao álcool ocorre em um padrão previsível depois da última bebida alcoólica. Nem todos os sintomas se desenvolvem em todos os pacientes: Tremores Os tremores normalmente começam entre 5 e 10 horas após a última bebida e alcançam o máximo entre 24 e 48 horas. Com os tremores, pode haver taquicardia (pulso rápido), aumento da pressão sanguínea, respiração rápida, sudorese, náuseas, vômitos, ansiedade ou um estado de alerta hiperativo, irritabilidade, pesadelos, além de insônia. Alucinações – Este sintoma normalmente começa dentro de 12 a 24 horas depois da última bebida, e pode durar até dois dias após ter começado. Se isto acontecer, a pessoa alucina (vê ou sente coisas que não são reais). É comum às pessoas que estão abstinentes do álcool verem múltiplos objetos pequenos, semelhantes, se movimentando. Às vezes a visão é de insetos rastejando, estrelinhas piscando ou moedas caindo. É possível que uma alucinação na abstinência alcoólica seja uma visão muito detalhada e imaginativa. Ataques epiléticos da abstinência alcoólica - Ataques epiléticos podem acontecer de 6 a 48 horas após a última bebida, e são comuns vários ataques epiléticos acontecerem por várias horas. O pico de risco é de 24 horas. Em geral eles são ataques epiléticos do tipo tônico-clônicos (como no mal epilético). Delirium Tremens - O delirium tremens começa geralmente de dois a três dias depois da última bebida, mas pode demorar mais de uma semana para aparecer. Sua intensidade de pico normalmente alcança quatro a cinco dias da última bebida. Esta condição causa alterações perigosas na respiração, na circulação e no controle de temperatura. Pode fazer o coração bater muito rápido ou pode fazer a pressão sanguínea aumentar dramaticamente; e pode causar desidratação perigosa. O delirium tremens também pode reduzir temporariamente a quantidade de fluxo de sangue ao cérebro. Os sintomas podem incluir confusão mental, desorientação, estupor ou perda de consciência, comportamento agressivo, convicções irracionais, sudorese, perturbações do sono e alucinações. Diagnóstico - A abstinência alcoólica é fácil de se diagnosticar se a pessoa tiver sintomas típicos, que aparecem depois que ela deixa de beber de forma “pesada”, habitual. Se o paciente tiver uma experiência no passado de ter tido síndrome de abstinência, é provável que venha a desenvolver se novamente interromper a bebida subitamente. Não há nenhum exame específico que possa ser usado para diagnosticar a síndrome de abstinência alcoólica. Se o paciente já teve outros episódios de síndrome de abstinência alcoólica, significa que ele já consumiu álcool o bastante para ter danificado outros órgãos. É preciso discutir com o médico sobre este problema para que ele possa examinar cuidadosamente a pessoa. Ele irá solicitar exames de sangue para verificar o quanto o álcool causou lesão ao fígado, ao coração, aos nervos dos pés, às células do sangue, e ao trato gastrintestinal. Ele irá avaliar a dieta que o paciente habitualmente consome e irá checar as deficiências de vitamina que possam existir, pois a desnutrição é comum quando alguém é dependente do álcool. Normalmente é difícil para as pessoas que bebem serem completamente honestas sobre o quanto elas têm bebido. É preciso que a pessoa informe a história do consumo de álcool para que ela assim possa ser tratada seguramente da síndrome de abstinência. Prevenção -- O alcoolismo é causado por muitos fatores. Se a pessoa tiver um irmão ou pai com alcoolismo, ela tem de três a quatro vezes mais probabilidades de desenvolver o alcoolismo que a média da população. Algumas pessoas com histórias familiares de alcoolismo escolhem se privar de beber, pois desta forma garantem que o hábito não se desenvolva. Muitas pessoas sem uma história familiar também desenvolvem alcoolismo. Se a pessoa tem se preocupado com a quantidade de bebida que tem consumido, ela deve conversar com seu médico. Tratamento - Se a pessoa tiver vômitos severos, ataques epiléticos ou Delirium Tremens, o lugar mais seguro para ela ser tratada é em um hospital. Para o Delirium Tremens, o tratamento em uma Unidadede Cuidados Intensivos (UTI) é freqüentemente indicado. Em uma UTI, a freqüência cardíaca, a pressão sanguínea e a freqüência respiratória serão monitoradas de perto no caso de ser necessário um suporte de vida de emergência (como respirar artificialmente por uma máquina). Medicamentos chamados benzodiazepínicos podem diminuir a síndrome de abstinência do álcool. Os medicamentos geralmente usados neste grupo incluem o Diazepam (Diempax ®, Valium ®), o Clordiazepóxido (Psicossedin ®) e o Lorazepam. A maioria das pessoas que consome muito álcool e que está tendo síndrome de tem uma escassez de várias abstinênciavitaminas e minerais e pode se beneficiar de suplementos nutricionais. Em particular, o abuso do álcool pode criar uma escassez de folato, de tiamina, de vitamina B12, de magnésio, de zinco e de fosfato. O álcool também pode causar baixos níveis de açúcar no sangue. Recomenda-se que um especialista (psiquiatra) ajude nos cuidados de uma pessoa que está com abstinência alcoólica.

Centro Terapêutico Viva

Sorocaba/SP

Fonte: Jornal Zero Hora

2008

------------------------------------------------------

quinta-feira, 3 de julho de 2008

Prevenção Primária - Tabagismo

Campanha Prevenção Primária dirigida à crianças quanto ao uso/abuso de tabaco por parte dos pais. (SP - 2008)
------------------------------------------------------------

Alcoolismo

O álcool pode levar abaixo qualquer dieta Você está querendo controlar seu peso, por isso está comendo pouco e suas refeições são à base de saladas, grelhados, desnatados, lights e diets. Mas mesmo assim, você não consegue reduzir as medidas. Então, dê uma olhada no seu cardápio das noitadas, happy hours e festas. É lá que pode estar a fonte calórica que não lhe deixa emagrecer: os drinques. Além de não substituírem nenhuma das refeições, as bebidas alcoólicas, costumam ter muitas calorias. Se a intenção é perder peso, as bebidas alcoólicas precisam ser banidas da dieta. O cálculo básico é: cada 1 grama de álcool tem 7 calorias. Para se ter uma idéia um grama de proteínas ou carboidratos tem em média quatro calorias. Uma dose de uísque, por exemplo, tem cerca de 120 calorias. O problema, portanto, é mais na quantidade de porções do que no valor calórico da bebida. Mas o álcool não pode ser avaliado simplesmente pelo valor calórico. Segundo os médicos, as bebidas alcoólicas causam uma irritação gástrica e o indivíduo acaba comendo mais para amenizar os efeitos do processo irritativo. No caso das bebidas fermentadas, você às vezes acaba perdendo o controle. Cerveja, por exemplo, é uma coisa que você perde a conta, quando vê está na 4a. ou na 5a. latinha. Daí, o regime se foi por água abaixo. Numa dieta de emagrecimento, geralmente é prescrito o consumo diário de 1220 a 1500 calorias. Assim, 200 calorias somente de álcool têm um impacto significativo. Portanto, se a sua idéia é perder peso e ficar enxuta para o verão, pense duas vezes antes de aceitar aquele convite para um chopinho após o expediente.
Princípio Ativo Do Álcool - O álcool é considerado uma droga psicotrópica. O teor alcoólico - porcentagem de álcool presente na bebida - varia de acordo com a marca e com o tipo de bebida. A bebida alcoólica pode ser produzida de duas maneiras: fermentação ou destilação. A cerveja, por exemplo, é uma bebida produzida por fermentação, com baixo teor alcoólico (cerca de 8%). Já os destilados, como o uísque e a vodka apresentam teores alcoólicos mais altos, que podem chegar a 45%. Os Efeitos O álcool, quando ingerido, automaticamente é metabolizado e armazenado no organismo como gordura. Os seus efeitos organismo variam de acordo com o tipo de bebida ingerida e a constância de consumo. Os efeitos são os mais variados, desde um simples mal-estar até a falência múltipla dos órgãos e morte. A mistura de bebidas - fermentadas com destiladas – pode contribuir para potencializar os efeitos do álcool. O consumo do álcool causa, em um primeiro momento, euforia, desinibição e sociabilidade. Conforme aumenta a dose, os efeitos passam ser mais depressivos, causando falta de coordenação motora, diminuição sensitiva, descontrole, sono e até uma espécie de coma, denominado coma alcoólico. O consumo contínuo de álcool traz conseqüências graves, como doenças em todos os órgãos do corpo humano, em especial o estômago, o fígado, o coração e o cérebro. Além disso, o seu consumo indiscriminado pode estar ligado ao aparecimento de certas doenças como a cirrose, gastrite, polineurite, anemia, pelagra e úlceras cutâneas. Além disso, ele causa deficiência de vitaminas B1, B2, B6, B12 e C. Durante a gravidez, o álcool pode causar sérias deficiências físicas ou mentais no feto, assim como uma predisposição ao consumo de álcool na vida adulta. Confira abaixo a relação de bebidas e suas calorias (por 100ml):
- Aguardente: 231
- Brandy: 245
- Cerveja: 42
- Champanhe: 76,4
- Conhaque: 249
- Rum: 250
- Saquê: 134
- Sherry: 100
- Tequila: 220
· Vermute: 120
- Vinho branco doce: 153
- Vinho branco seco: 66,3
- Vinho rose: 71
- Vinho tinto: 72
- Vodca: 250
- Uísque: 250
Autor: Fábio Menegathi
Centro Terapêutico Viva
Sorocaba/SP
04/2008
-----------------------------------------------------------------

Dependência Química

Descoberta relação de proteína com dependência Uma equipe de pesquisadores franceses mostrou os efeitos do consumo de substâncias que causam dependência química em alguns mecanismos de aprendizagem em cobaias, num estudo publicado pelo site da revista Nature. Já estava provado cientificamente que as substâncias que causam a dependência funcionam através da liberação no cérebro de uma molécula, chamada dopamina, segregada normalmente como "recompensa" por uma ação considerada positiva. O cérebro tenta então "reproduzir as atitudes" que levam à obtenção de dopamina, o que aumenta a motivação do indivíduo. A equipe, liderada por Jean-Antoine Girault, diretor de pesquisas do Instituto Nacional de Saúde e Pesquisa Médica (INSERM), se concentrou nos mecanismos moleculares vinculados a uma proteína, a DARPP-32, que, ativada pela dopamina, se acumula no núcleo dos neurônios em uma região do cérebro conhecida como striatum. Essa acumulação de DARPP-32 é observada também em ratos de laboratório quando aprendem a passar o focinho por um buraco para conseguir comida. Os pesquisadores analisaram os resultados obtidos com ratos normais e ratos com proteínas DARPP-32 funcionalmente desativadas. A princípio, os cientistas observaram que os ratos geneticamente modificados se tornaram menos sensíveis à ação de drogas injetáveis, como cocaína e morfina, demonstrando o papel da DARPP-32 no mecanismo da dependência. A mutação da proteína causa também uma redução da motivação dos ratos para obter comida, provando assim que a proteína em questão desempenha um papel fundamental nos mecanismos de aprendizagem e motivação. O estudo permite compreender melhor os mecanismos normais de aprendizagem e as alterações causadas por substâncias que causem dependência, segundo os pesquisadores. Além disso, o estudo abre uma nova via de pesquisa sobre o tratamento da dependência de algumas doenças que envolvem a produção de dopamina. Outra perspectiva aponta o comunicado de imprensa do INSERM, é melhorar o tratamento do mal de Parkinson, no qual a dopamina desempenha papel fundamental.
Centro Terapêutico Viva
Sorocaba/SP
Autor: Yahoo Notícias e AFP 06/2008
----------------------------------------------------------------------

Alcoolismo

Alcoolismo está na base da maioria das agressões A violência doméstica continua a ser o drama de muitas famílias. Em metade dos casos registrados pelas autoridades portuguesas, o alcoolismo está na base da origem das agressões. Cinqüenta por cento dos casos de violência doméstica estão ligados ao consumo de alguma substância que altera o comportamento e a personalidade do indivíduo. E, atualmente, como as empresas em Portugal controlam os seus trabalhadores com o teste de alcoolemia, há uma maior predisposição para ingerir bebidas alcoólicas ao final do dia e durante os fins-de-semana. Esta é a explicação do psicólogo Emanuel Alves para as conclusões de um estudo feito a 12 mil situações de violência doméstica, realizada em Portugal. Este concluiu que a maior parte dos casos de violência doméstica acontece ao fim-de-semana, com especial incidência ao domingo e durante a noite. “As pessoas podem perder o próprio emprego se forem apanhadas alcoolizadas e por isso aproveitam o sábado e o domingo para não ter esse controle. E se os casos acontecem mais à noite e de madrugada, é o momento em que o homem ou a mulher alcoólica chega a casa”, explicou o especialista. Questionado se há formas de evitar situações de possíveis agressões, Emanuel Alves aconselha aos casais a estarem atentos já durante o tempo de namoro. “Grande parte das situações de violência doméstica já começou antes do casamento”, diz o especialista que trata muitos casos como estes. Aliás, o psicólogo adianta que já existem mais vítimas de violência doméstica que procuram ajuda de especialistas. Esta situação deve-se a vários fatores: o primeiro é que as autoridades policiais são, atualmente, mais protetoras, a legislação foi alterada e já existe mais instituições de apoio às vítimas. Contudo, o estudo não aborda apenas a violência contra os cônjuges, contempla ainda as agressões a crianças e idosos. Neste sentido, o psicólogo deixa um alerta para o fato de a violência sobre os idosos já ser superior à praticada contra as crianças. “Os idosos estão sozinhos, acamados e poucas pessoas conseguem ouvi-los”, lamentou Emanuel Alves. Mesmo assim, na Região (Votorantim/SP) esta é uma situação que está mais ou menos controlada, através da proteção dos técnicos da Segurança Social.
Centro Terapêutico Viva
Sorocaba/SP
06/2008
-------------------------------------------------------------------

Prevenção Primária

Campanha da policia londrina contra heroína, demonstrando os efeitos fisicos nesta mulher de 29 anos, pressumivelmente usuária. Os profissionais que trabalham com programas de estimulam o Enfoque Educativo Para A Vida, chamam este tipo de campanha de Pedagogia do Terror, uma vez que se utiliza de figuras chocantes, mostrando os melefícios que o uso da droga (sempre ilícitas; dificilmente com as lícitas). Geralmente este tipo de campanha é destinado aos adolescentes, principalmente em certos países da Europa (Inglaterra, França, Portugal, Itália, Bulgária e agora, Russia) e nos EUA.