quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

Absurdos do Etilismo
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TDAH Pode Levar Ao Abuso de Substâncias Psicoativas

Jovens com Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) têm mais chances de tornarem-se usuários de drogas ilícitas que os demais jovens da mesma faixa etária. Essa foi a principal conclusão dos pesquisadores do projeto Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade e uso de substâncias psicoativas: estudo de sua associação, do tratamento farmacológico com metilfenidato e neuroimagem através de SPECT com TRODAT, desenvolvido por pesquisadores do Centro de Pesquisas em Álcool e Drogas do Hospital de Clínicas de Porto Alegre. O envolvimento de adolescentes com substâncias psicoativas (SPAs), um dos mais importantes problemas de saúde pública do país, pode ser originado por muitas e diferentes causas, e sabe-se que vários transtornos psiquiátricos podem atuar como fatores predisponentes ao uso de drogas, como por exemplo o Transtorno de Conduta. Com os dados finais dessa pesquisa, provou-se que a presença isolada do TDAH contribuipara uma dependência química mais intensa e de pior prognóstico. Como o TDAH se desenvolve antes dos sete anos de idade, cerca de seis anos antes do início da dependência de substâncias psicoativas, e considerando-se que esse transtorno apresenta tratamentos farmacológicos bem estabelecidos, o esclarecimento da natureza da associação entre ambos é essencial em termos de prevenção primária ao uso problemático de drogas. Apesar das evidências da eficácia do tratamento medicamentoso do TDAH, poucos estudos anteriores avaliaram a intervenção medicamentosa quando está presente a comorbidade TDAH e o uso de drogas. Como o TDAH e o uso de SPA estão associados a alterações em circuitos cerebrais de funcionamento dopaminérgico – a dopamina é um neurotransmissor, precursor natural da adrenalina e da noradrenalina, que tem como função a atividade estimulante do Sistema Nervoso Central – como o sistema de recompensa, foram analisadas funções cerebrais através de Tomografia Computadorizada por Emissão de Photons (SPECT) e TRODAT (radiofármaco específico para o transportador da dopamina). O Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) é um problema neurobiológico que ocorre em 3 a 5% das crianças, possui causas genéticas, aparece na infância e freqüentemente acompanha o indivíduo por toda a sua vida. Ele se caracteriza por sintomas de desatenção, desorganização, inquietude e impulsividade, sendo chamadopor vezes de DDA (Distúrbio do Déficit de Atenção). Sendo uma situação crônica, pode acarretar diversos prejuízos ao indivíduo, como dificuldades na escola, na universidade, no emprego, mais chances de gravidez não-planejada e de envolvimento em acidentes, por exemplo. O tratamento desse problema deve ser multimodal, englobando medicação, orientação às pessoas de convívio do paciente e psicoterapia. Além da associação do TDAH com o uso de substâncias psicoativas, o estudo também avalia a intervenção medicamentosa no transtorno quando está presente o uso ou o abuso de drogas. Para embasar o estudo foram entrevistados 968 adolescentes da região metropolitana de Porto Alegre, todos entre 15 e 20 anos de idade, sendo que foram identificados 61 usuários de drogas ilícitas com suspeita de terem TDAH que participaram do projeto. Os pesquisados não estavam recebendo nenhum tipo de tratamento para TDAH nem para abuso de drogas, fosse ele medicamentoso ou psicoterápico. O estudo de caso-controle foi desenvolvido pela autora Cláudia Szobot durante seu doutorado na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), sob orientação do professor Flavio Pechansky. Além da tese final, os dados da pesquisa vão resultar na publicação de artigos científicos. O projeto recebeu financiamento dos laboratórios Eli Lilly e Toxilab, do FIPE, do PRODAH e do CPAD.
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Propaganda do cigarro Camel
Década de 90
- Brasil -
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AS 12 TRADIÇÕES DE NAR-ANON

1ª Tradição – “Nosso bem-bem estar comum deve estar em primeiro lugar, o progresso pessoal do maior número de membros depende da unidade”. 2ª Tradição – “Para nosso propósito de grupo há somente uma autoridade – um DEUS amoroso que pode se manifestar em nossa consciência de grupo. Nossos líderes são apenas servidores de confiança; eles não governam”. 3ª Tradição – “Os parentes de dependentes químicos, quando se reúnem para prestar ajuda uns aos outros, podem chamar-se de GRUPO FAMILIAR NAR-ANON, deste que, como grupo, não tenham outra filiação. O único requisito para ser membro é que exista um problema de dependência química num parente ou amigo”. 4ª Tradição - “Cada grupo devia ser autônomo, exceto em assuntos que afetem um outro grupo, ou ao Nar-Anon, como um todo”. 5ª Tradição – “Cada grupo familiar Nar-Anon tem apenas um propósito; prestar ajuda a familiares de dependentes químicos. Fazemos isso, praticando os DOZE PASSOS DO NAR-ANON, nós mesmos, encorajando e compreendendo nossos parentes dependentes, bem como acolhendo e proporcionando alívio a familiares de dependentes”. 6ª Tradição – “Nossos GRUPOS FAMILIARES NAR-ANON nunca deveriam endossar, financiar ou emprestar nosso nome a qualquer empreendimento de fora, para que problemas de dinheiro, propriedade e prestígio não nos desviem de nosso objetivo espiritual primordial. Embora sendo uma entidade separada, deveríamos sempre colaborar com o N.A. (Narcóticos Anônimos)". 7ª Tradição – “Cada grupo deveria ser totalmente auto-suficiente, recusando contribuições de fora”. 8ª Tradição – “O trabalho do DÉCIMO-SEGUNDO PASSO NAR-ANON deveria sempre permanecer não profissional, mas nossos centros de serviços podem contratar funcionários especializados”. 9ª Tradição – “Nossos GRUPOS, como tais, nunca deveriam ser organizados, mas podem criar juntas de serviço ou comitês diretamente responsáveis por aqueles a quem prestam serviços”. 10ª Tradição – “Os GRUPOS FAMILIARES NAR-ANON não opinam sobre questões de fora; portanto nosso nome jamais deveria ser envolvido em controvérsia pública”. 11ª Tradição – “Nossa política de relações públicas se baseia na atração, não na promoção; precisamos manter sempre o anonimato pessoal, a nível de imprensa, rádio, televisão e filmes. Precisamos proteger, com o máximo cuidado, o anonimato de todos os membros de Narcóticos Anônimos”. 12ª Tradição – “O anonimato é a base espiritual de todas as nossas TRADIÇÕES, lembrando-se de colocar os princípios acima das personalidades”.

domingo, 23 de dezembro de 2007

Comprometimento Psiquiátrico
- População de/na Rua -

ACONSELHAMENTO: Espiritualidade

Alcoolismo Como Doença Espiritual – Progressão e Recuperação Progressão do uso abusivo: O álcool seda o sistema de valores, tornando-o indiferente e confuso; O alcoolista desenvolve uma 'grandiosidade', perfeccionismo, orgulho, na qual o ajuda a sobreviver durante seu uso abusivo; O alcoolista tem uma intolerância exacerbada com os outros; suspeita, desconfiança, contestação são palavras chaves que fazem parte do seu dia-a-dia; Crença religiosa começa adoecer; Rígido, arrogante, irreal, desencantado, com idéias infantis de Deus; Perde o interesse pela vida, depressão; Sentimento de culpa – má relação com Deus; Para com as preces diárias; vai a igreja fora de habito ou sem pretensão; Sensação de não ser ninguém; sente-se estranho, alienado, sozinho; Imaturidade, alguma irresponsabilidade; A vida não tem sentido; Ansiedade, medos indefinidos; Ressentimentos. Raiva de Deus, hostil ao mencionar religião. Projeta medo, concebendo Deus como um tirano; Deterioração moral; desonesto, egoísta; Perda da fé; rejeita Deus conscientemente; inconscientemente sente saudades; relação doentia; Remorso, depressão, pensamentos suicidas; Desejos espirituais vagos; Procura por sentido espiritual; Atinge o fundo de poço. Bebe para lidar com os problemas causados pela própria bebida; Admissão (submissão) Enevoado espiritualmente; Desejo honesto de ser ajudado; Noção vaga de Poder Superior; Nova fé; começa a acreditar; Esperança retorna, pode ser devolvido à sanidade; Procura por Deus; Segundo Fundo de Poço: crise existencial; Aceitação; Conversão: solta-se e entrega-se a Deus; Confia: seja feita a ‘Sua’ vontade; Aprecia possibilidades de novo modo de vida; Paciência: um dia de cada vez; Perdão: não mais o ‘por que eu?’mas, perdoe-me; Reconciliação: relação pessoal com Deus mais fácil; Humildemente pede a Deus pela remoção de defeitos; Ego ilusório diminui (desinflado) Retorno da auto-estima (Deus não como salvador); Honestidade; faz reparações; Admissão dos erros, prontamente; Coragem, otimismo, nova liberdade;
Renascimento de ideais; Apreciação de valores espirituais; Gratidão; Aumenta a tolerância com os outros; Serenidade, paz de espírito, alegria; Prece e meditação; Crescimento do conceito próprio de Deus; Profunda relação com Deus, como Deus de amor; Sem egoísmo: ajuda os outros por amor; ‘Melhor que o bom’. Níveis maiores do que acreditaria possível.
(“Spiritual Progress Chart”. James Royce S. J. Tradução Vila Serena, 1992)
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quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

TABAGISMO: Prevenção 2007

É muito bom que tenha blogs com consciência ecológica humana!

COMPORTAMENTO DE RISCO

DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS (DSTs)
-------------------------------------------------------------------------------------------DEFININDO... Doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) são aquelas que se contraem principalmente por contato sexual. Essas enfermidades eram antes chamadas venéreas, denominação derivada de Vênus, a deusa do amor da mitologia romana. São provocadas pela infecção por diferentes tipos de microorganismos, tais como bactérias (gonorréia, sífilis, linfogranuloma venéreo, cancro mole, etc.), vírus (herpes genital, AIDS) ou mesmo protozoários (tricomaníase). O contágio das doenças sexualmente transmissíveis se dá também por outras vias. Algumas, como a sífilis e a AIDS, podem ser transmitidas de mãe para filho durante a gestação, por uma transfusão de sangue infectado ou pelo uso de seringas hipodérmicas não esterelizadas. Em geral, afetam de início os órgãos genitais, os sistemas reprodutor e urinário, a boca, o ânus e o reto. Podem, entretanto, com a permanência do microorganismo, atacar vários órgãos e sistemas.
------------------------------------------------------------------------------------------------ QUAIS SÃO... - AIDS – Produzida por um vírus, impede as reações imunológicas normais do corpo. - Cancro Mole – Produzida por um estreptobacilo, no homem afeta a glande; na mulher, a vulva. - Gonorréia – Devido ao gonococo Neisseria gonorrhoeae, que afeta as mucosas das glândulas urogenitais. - Granuloma Inguinal – Tumor formado por tecido de granulação que se localiza nos genitais. - Linfogranuloma Venéreo – Aparecimento de nódulos, com possíveis ulcerações, nos órgãos genitais. - Sífilis – Produzida por uma bactéria espiroqueta, Treponema pallidum; começa com ulcerações nas zonas genitais e posteriormente aparecem exantemas, febres e dores; pode ocasionar, em último caso, paralisia e cegueira. - Tricomaníase – Devida a um protozoário flagelado, Trichomonas vaginalis. - Uretrite não-gonocócica – Inflamação da conjuntiva e a uretra, provocada por diferentes processos infecciosos, pode produzir lesões cutâneas e oculares. - Herpes Genital – Causada pelo vírus herpes simples tipo 1 e 2, caracteriza-se pelo surgimento de inúmeras bolinhas nos genitais que logo se rompem, formando feridas dolorosas. O vírus, no entanto, se aloja no organismo e provoca o retorno periódico dos sintomas, em geral abrandados. - Hepatite B – Doença contagiosa que pode ser transmitida através do sexo vaginal, anal e oral, ou ao compartilhar seringas contaminadas com alguém que esteja infectado. Pode ser diagnosticada através de um exame físico e uma exame de sangue.
------------------------------------------------------------------------------------------------ PREVENÇÃO... A prevenção consiste, basicamente, em evitar o contágio. Muitas vezes, a pessoa infectada por vírus ou bactérias causadoras destas doenças não apresenta sintomas e pode contaminar parceiros sexuais sem mesmo saber que está doente. Assim, as medidas preventivas mais eficazes consistem em evitar práticas sexuais promíscuas, mesmo com parceiros aparentemente limpos e saudáveis, e usar preservativos corretamente. A mulher só deve engravidar e amamentar depois de comprovar sua condição de não-infectada, para não contaminar o bebê. O doador de sangue deve ter resultados negativos para sífilis, AIDS e Hepatite. Recomenda-se o emprego exclusivo de seringas e agulhas descartáveis.
------------------------------------------------------------------------------------------------ PROMISCUIDADE... Segundo os especialistas em venereologia, as práticas homossexuais aumentaram consideravelmente o número das DSTs no decurso da última década, assim como os encontros sexuais habitualmente variados e as trocas de parceiro (sexo grupal). Sob este falso entusiasmo escondem-se muitos transtornos mentais, entre eles, os Transtornos Mentais e de Comportamento decorrentes do uso de múltiplas substâncias. Assistimos, hoje em dia, provavelmente devido a esta vertiginosa revolução sexual, a uma elevação aguda da promiscuidade a dois... a quatro... a seis..., etc. Entre os que vivem na promiscuidade sexual, há várias pessoas que não utilizam qualquer contraceptivo. Este é um problema real. Uma atividade sexual não planificada expõe ainda mais às doenças venéreas.
------------------------------------------------------------------------------------------------ O USUÁRIO DE DROGAS É UM TRANSMISSOR EFICIENTE... Um dependente de drogas injetáveis que usasse, todas as vezes, uma seringa descartável nova, teoricamente não teria como contaminar-se com a AIDS, por exemplo. Mas, na prática, um cuidado simples como este dificilmente é tomado. Afinal, a necessidade que o dependente sente em consumir a droga (compulsão) é tão forte que ele costuma superar as mais elementares preocupações, como a de ser preso, alimentar-se, cuidar da higiene, contaminar-se através de agulhas sujas e usadas, ou espalhar o vírus para outras pessoas. Indivíduos infectados, sob a ação de substâncias alucinógenas que comprometem o controle emocional, representam grave perigo para seus parceiros sexuais. Não há mais dúvidas de que são eles grandes vetores de transmissão de doenças sexualmente transmissíveis.
------------------------------------------------------------------------------------------------ COMPULSÃO SEXUAL: CONSEQUÊNCIA DE UM PADRÃO DEPENDENTE... A maioria dos indivíduos que fazem uso abusivo de substâncias psicoativas (dependentes) tendem à oscilar entre os dois pólos:
Anorexia - é um processo introversivo (para dentro – acting in),
Compulsão Sexual. é um processo extroversivo (para fora – acting out).
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OBS: Na compulsão sexual, caberia destacarmos a promiscuidade. Estes pólos também oscilam entre o controle (anorexia) e descontrole (compulsão).
------------------------------------------------------------------------------------------------ Cabe aqui ressaltar a “função sexual” de algumas substâncias:
Álcool e Maconha: liberadores da censura;
Cocaína: estímulo à anorexia sexual;
Ecstasy: excitante, estímulo à compulsão sexual. Patrick Carnes, psiquiatra francês, refere-se ao Ciclo da Vergonha, como o processo que antecede ao comportamento obsessivo/compulsivo desencadeado por fatores integrados: repressão de sentimentos, uma criação repressora ou onde há ausência de diálogo e afetividade entre os membros e onde predominam personalidades que oscilam entre o controle e o descontrole. O sexo, no caso de dependentes químicos, é utilizado como forma de dominação (busca de poder). E também é utilizado para anestesiar o sofrimento causado pelo uso abusivo de substâncias psicoativas ou para aplacar o sentimento de “vazio” predominante na esfera emocional. Podemos, conseqüentemente, associar Doenças Sexualmente Transmissíveis e Dependência Química, pois estão intimamente correlacionadas.
------------------------------------------------------------------------------------------------ COMO SE PROTEGER CONTRA DSTs? 1- Tenha consciência de que com quanto mais pessoas você fizer sexo desprotegido, maior será sua probabilidade de se expor a uma DST. 2 – Use sempre CAMISINHA, do começo ao fim, quando fizer sexo vaginal, anal ou oral. 3 – Esteja alerta para os sintomas (corrimentos, feridas, bolhas, caroços, saliências, coceiras, dores no interior, em cima ou em torno do pênis, da vagina ou do ânus). 4 – Nunca experimente diagnosticar ou tratar você mesmo. 5 – Se você é sexualmente ativo, faça um exame médico regularmente. 6 – Seja assertivo e honesto com o médico.
------------------------------------------------------------------------------------------------ ONDE BUSCAR AJUDA?
Em Postos Municipais e/ou Estaduais de Saude em todo território nacional.
Viviane Damous de Moraes
Psicóloga
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terça-feira, 18 de dezembro de 2007

PREVENÇÃO PRIMÁRIA: Tabagismo

Prevenção Estilo Terrorista
Área reservada para fumantes em instituição de São Paulo/SP, com o teto representando a abertura de uma sepultura vista de dentro para fora, durante um velório

TOXICOMANIAS

Toxicomania Na Era Moderna - A toxicomania (dependência química) nem sempre foi vista como uma doença e sim como sintoma de outras doenças, como esquizofrenia, psicopatia, etc. O tratamento das toxicomanias, por ser encarado como sintoma de outras doenças, era medicamentoso e como conseqüência, o dependente químico não se desintoxicava, e na maioria das vezes desenvolvia outras doenças devido ao abuso de medicamentos. Evidentemente, o dependente químico não respondia satisfatoriamente a esse tipo de tratamento e o quadro clínico do cliente sempre se agravava, levando à internações prolongadas. Após pesquisas em 1949, descobriu-se que apenas 10% das pessoas que usavam químicos desenvolviam a dependência química. Isso derrubou a hipótese de que a causa da dependência química fosse o uso do químico. Também neste mesmo ano, a Associação Médica Americana (AMA) reconheceu a dependência química como doença. Em 1960, a Organização Mundial de Saúde (OMS), reconhece a dependência química como uma doença, dando os códigos no CID (Código Internacional de Doenças) de 303 para alcoolismo e 304 para toxicomania. Atualmente, na nova classificação, o alcoolismo leva a numeração F10. Do F11 ao F18 são para substâncias psicoativas específicas e F19 para o uso múltiplo de várias substâncias psicoativas. A partir daí, a dependência química ficou conhecida e aceita como uma doença progressiva para muitos profissionais da área de saúde e que só progride enquanto houver uso do químico. Foi considerada uma doença incurável, pois se não se sabe a causa exata deste fenômeno. E ficou claro que é uma doença fatal, pois mata física, mental e espiritualmente. Por isso é dita como uma doença multifatorial, atacando o indivíduo em todas as áreas de sua vida. Características Da Dependência Química: ü Perda de Controle – Com a defesa do uso por parte do usuário, existe uma facilitação da progressão da doença. ü Dependência Patológica – Em abstinência o dependente sofre com a Síndrome de Abstinência. ü Uso Apesar das Conseqüências – O usuário desenvolve um grande e sofisticado mecanismo de defesa. ü CompulsãoCaracteriza-se pelo uso inoportuno, imprevisível, excessivo e freqüente. É sempre bom lembrar que, Compulsão é diferente de vontade. Compulsão é um processo físico, enquanto que vontade é um processo emocional. ü Negação - Caracterizado principalmente pelas justificativas do uso da substância psicoativa. O Perfil Psicológico Do Dependente Químico Þ Dificuldades em lidar com conflitos, seja internos, seja externos; Þ Manipulador; Þ Mentiroso; Þ Não consegue visualizar seu potencial real; oscila pendularmente entre a impotência e a onipotência; Þ Imediatista; Þ A frustração lhe é insuportável; Þ Não consegue reconhecer seus próprios sentimentos; Þ Emocionalmente instável; Þ Racionalização, projeção e a negação, são seus mecanismos de defesa, muito utilizados em situações em que se considera em "perigo"; Þ No seu relacionamento com o outro, é carente incondicional de aceitação e aprovação; Þ Sensível; Þ Inteligente em demasia; Þ Altamente sedutor; Þ Qualquer tipo de lei, limites ou figura de autoridade são por ele tripudiados; Þ Se considera vitima da família ou da sociedade, ou de ambos; Þ É inconcluente em seus planos e projetos; Þ É indisciplinado por excelência; Þ Seu código de valores é confuso e deturpado; Þ É dependente psicologicamente de alguém, em sua maioria, da sua mãe ou de quem assuma este papel; Þ É um ser angustiado, inseguro, com fortes sentimentos de culpa e fracos sentimentos de auto-estima; Þ Sua identidade é tão confusa quanto a sua própria vida; Þ “Quem sou eu, o que quero, o que sinto, como me relaciono com as pessoas”, são perguntas fadadas a respostas inconsistentes; Þ Falta-lhe um sentido de vida; é como se nada tivesse sentido. Traços Comuns Em Dependentes Químicos Þ Critico; Þ Argumentador, “sabe tudo”, é o “última palavra” (sim, mas....) Þ Hostil (velado/aberto) Þ Rebelde; Þ Defensivo; Þ Teimoso/resistente; Þ Queixoso/lamentador; Þ Questionador; Þ Atrai atenções; Þ Não comunicativo; Þ Cético/pessimista; Þ Desconfiado; Þ Mentiroso/auto-enganador; Þ Considera-se indigno de sucesso; Þ Conivente/submisso; Þ Cheio de razão; Þ Retira-se quando se sente ameaçado; Þ Confuso; Þ Vítima/auto-piedoso; Þ Agressivo; Þ Apresenta significativa síndrome desmotivacional (principalmente em usuários abusivos de cannabis). Vive adiando decisões importantes de sua vida. Fases Da Toxicomania: 1 – Fase Da Lua De Mel InícioPrimeiro contato com o químico (ver, presenciar o uso, relacionar-se com quem usa, etc). Sentimentos ligados à euforia, curiosidade e ansiedade. ExperimentandoRituais para o uso, em segredo, com um grupo ou pessoa específica. Desejo de fazer parte. Nesse momento pode acontecer que o indivíduo não tenha uma boa experiência com o uso (passe mal, aconteça algo estranho ou diferente que ele não goste); com isso ele pode tentar novamente (mais freqüente), para experimentar novamente as emoções que havia tido antes do uso ou não mais usar.
Sentimentos ligados à ansiedade, medo, prazer, euforia.
Usa Somente Quando Lhe É Oferecido - Nessa fase o indivíduo não tem perdas emocionais.
Sentimentos ligados a fazer parte de algo, prazer.
2 – Fase do Hábito Þ Usa mais freqüentemente. Surge sentimentos de culpa; Þ Maior investimento financeiro; gasta mais com a substância de eleição do que antes, tendo como resultado disso, a falta de dinheiro para outras coisas “menos importante”; Þ Uso mais intenso; “vira noites” (fins de semana). Início dos problemas familiares (conflitos). Desenvolvimento e evolução de sentimentos de raiva, culpa, vergonha. 3Fase do Alívio Þ Esquece trabalho e compromissos; a substância psicoativa passa a ter mais importância em sua vida; Þ Mudanças de amigos; Þ Não consegue parar de usar até a substância psicoativa acabar; Þ Perdas cada vez mais significativas; Þ Início de paranóias; Þ Passa a usar sozinho para ter mais droga (o grupo não tem mais importância para ele como antes); Þ Continua a busca por substâncias psicoativas lícitas e/ou ilícitas; Þ Conviveo em meio social químico; Þ Problemas graves com a família; Þ Uso de substância psicoativa como remédio (alívio); Sentimentos de raiva, medo, ansiedade e culpa; Þ Cai na roda: uso → culpa/raiva → uso; Þ Perda de controle em todas as áreas da vida; Þ Não há mais prazer e sim constante busca de alivio; Þ Esforços para controlar o uso, e às vezes para parar de usar. Sentimentos ligados a fracasso, auto-piedade, raiva e culpa; Þ Família e amigos afastam-se. 4 – Fundo do Poço Þ Overdoses; Þ Pensamentos e raciocínio prejudicados; Þ Sintomas psicóticos; Þ Degradação moral; Þ Ruína financeira; Þ Marginalidade; Þ Idéias suicidas; Þ Perda da família, amigos e trabalho; Þ Paranóia intensa/comportamentos bizarros; Sentimentos de auto-piedade (ligado ao fracasso), raiva e culpa; Þ A substância psicoativa de eleição já não mais funciona (alivio)
Sentimentos de muita dor emocional e física Þ Crise, levando à cadeia, hospitalizações e/ou morte, ou busca de ajuda.
Consciência de sua bancarrota total e busca de ajuda (ou não).
FLuizM
Conselheiro em Dependência Química
Rosa M T.Medeiros
Assistente Social
Conselheira em Dependência Quimica
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HISTORIA: Imagem Para Prevenção Primária

(Estilo Terrorista)
(utilização de imagens e textos chocantes, sobre os maleficios do uso de drogas)
Imagem de Autor Desconhecido
2006
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segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

ALCOOLISMO

Sob qualquer ângulo que se encare o alcoolismo, a conclusão que se chega é sempre a mesma: o alcoolismo é um grave problema social e de saúde mental.
------------------------------------------------------------------------------------------------ 1. É uma das enfermidades mais freqüentes no mundo ocidental; 2. Os resultados terapêuticos, de modo geral, são desanimadores; 3. As estatísticas de criminalidade, desajustes familiares, acidentes de trabalho e de trânsito, nos permitem apenas imaginar o sofrimento desses indivíduos, que com certeza não chegam a este extremo por vontade própria.
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Na história da civilização ocidental, a utilização do álcool sempre esteve presente e sempre com uma conotação moralista ou psiquiátrica. No "Código de Hamurabi" (imperador babilônico), as leis relativas ao alcoolismo e ao usuário eram pesadíssimas. Se o indivíduo era encontrado perturbando a ordem, bêbado, o mesmo era açoitado em praça pública. Se o mesmo reincidisse, era marcado com ferro em brasa e açoitado novamente. Se houvesse mais reincidências, poderia haver até pena capital, pois o mesmo não tinha serventia ao Estado. Se o usuário cometia qualquer tipo de crime sob efeito do álcool, o mesmo era sumariamente executado. Nas culturas clássicas grega e romana, o uso de vinho era generalizado e institucionalizado, apadrinhado por Baco, Deus do Vinho. Mas as leis vigentes sobre o uso abusivo também eram severas, podendo haver banimento, açoite, perda de bens (inclusive de família, que poderia ser vendida como escravos para pagar dívidas não pagas em função do alcoolismo), humilhação publica e até mesmo a pena capital. Nessas culturas (como na atual) o uso era estimulado, pois era um fator religioso (sacerdotes de Baco organizavam festivais com comida, vinho e sexo, para celebrar a dádiva dada pelo deus aos homens, chamados “As Bacanais”), nutricional (fazia parte da alimentação na cultura grega e romana) e social (a utilização de vinho em reuniões era altamente apreciado). Entretanto, a sociedade não perdoava os comportamentos desviantes dos usuários abusivos (diz-se que Nero mandou incendiar a parte pobre de Roma – a maioria das casas era de madeira – para que pudesse, bêbado, compor odes ao Deus Baco). Nos séculos seguintes, após a queda de Roma, o abuso era condenado pela Igreja e visto, ora como coisa do demônio ora como uma questão moral (o que acabou prevalecendo em toda era moderna). Na Idade Media, o alcoolista crônico era dito como louco ou possuído pelo demônio. Até bem pouco tempo, o alcoolismo não era tido como uma doença, e sim como uma fraqueza de caráter e de degradação moral. Só a partir de 1956, a Associação Médica Americana (A.M.A.), o reconheceu como uma doença, apesar de ainda persistir certo preconceito moral. O Alcoolista Crônico é “um bebedor excessivo cuja dependência chegou a ponto de lhe causar transtornos em sua saúde física e mental, nas relações interpessoais e na sua função social e econômica” (SENTO Sé, Aurélio. CEAD/RJ, 2001). Tal definição é muito geral, variando de país para país, dependendo dos padrões sociais e culturais vigentes e do que seja considerado consumo excessivo. Segundo a Organização Mundial de Saúde (O.M.S.),
O uso excessivo de álcool é toda forma de consumo de bebidas que ultrapassa o uso social tradicional, ou que não está de acordo com os padrões vigentes dentro de uma determinada cultura”. ------------------------------------------------------------------------------------------------ A) EPIDEMIOLOGIA - O alcoolismo é de longe a mais freqüente das toxicomanias e responsável no Brasil pelo maior número das primeiras admissões em hospitais psiquiátricos. Ocorre com muito mais freqüência no homem do que na mulher. O início do alcoolismo (uso excessivo, pesado) é geralmente dos 20 (vinte) aos 24 (vinte quatro) anos, sendo raro nos adolescentes, apesar de ser observável o uso pesado e constante entre muitos, tratando-se nestes casos, de ocorrências alcoólicas episódicas, com participação de grupo da mesma faixa etária, havendo freqüentemente quadros de embriaguez patológica. O alcoolismo crônico é quase que inexistente nesta fase da vida.
------------------------------------------------------------------------------------------------ B) ETIOLOGIA - No estágio em que se encontram as pesquisas sobre o tema, parece provável que o alcoolismo resulte da interação de uma série de fatores sócio-culturais, fisiológicos e psicológicos.
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1 – Fatores Sócio-CulturaisO uso de bebidas alcoólicas é um dos costumes sociais mais arraigados e difundidos da civilização. A presença do álcool é quase obrigatória nas reuniões sociais. Segundo C. Horton (antropólogo norte-americano): “O valor social do álcool é, principalmente, como redutor de ansiedade, existindo ainda os valores acessórios: papel alimentar, facilidade de produção, custo baixo, etc”. Ele baseou seus estudos em 56 (cinqüenta e seis) sociedades primitivas, onde os estados de embriaguez foram vistos com mais freqüência naquelas que estavam submetidas a um grande “stress”. A atitude que cada cultura tem em relação ao consumo de bebidas pode facilitar ou dificultar a incidência do alcoolismo em seus membros. Acredita-se que as características sociais de grupo com baixa mobilidade alcoólica permitem compreender como as atitudes sociais podem influir na incidência. As características são: pouca pressão social para beber, desaprovação e sanções contra os que bebem em excesso, ao lado de uma atitude positiva ao uso moderado, cujas pautas de consumo estão bem reguladas nos costumes do grupo. 2 – Fatores PsicológicosOs alcoolistas são indivíduos solitários, apesar de sua aparente sociabilidade. São incapazes de estabelecer relações profundas e duradouras. São geralmente dependentes, e constantemente, escolhem mulheres superprotetoras. Têm pouca tolerância à frustração, por isso necessitam que seus desejos sejam realizados. Muitos apresentam problemas de natureza sexual, sobretudo, impotência. São muito agressivos. Como grupo, apresentam uma elevada taxa de suicídio e uma evidente despreocupação pela saúde física. 3 – Fatores Fisiológicos – Embora teorias postulem a existência de fatores metabólicos, ou alérgicos na base da dependência do álcool, parece hoje que isso seja resultante de deficiências nutritivas do abuso crônico de bebidas. 4 – Fatores GenéticosHá evidências clínicas e experimentais de que fatores genéticos desempenham papel importante na formação do alcoolismo. Pesquisadores já mostraram, por exemplo, que a incidência de dependência ao álcool era duas vezes maior em familiares de alcoolistas do que na população em geral. No entanto, em relação a esses pontos de vista, há a critica de que a maior incidência em familiares pode refletir não a existência de uma transmissão genética, mas de uma “transmissão” familiar pela convivência. ------------------------------------------------------------------------------------------------
C) ASPECTOS CLÍNICOS:
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- A Embriaguez Comum -
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Fase Inicial - Pela absorção do álcool surge uma sensação de calor devido a vasodilatação periférica e uma diminuição de sensibilidade dolorosa. O comportamento se torna mais desinibido, os movimentos mais fáceis e espontâneos, o que dá uma falsa sensação de confiança. Logo há uma ligeira obnubilação (turvação da visibilidade dos objetos e estado de confusão mental), diminuição de atenção, concentração e memória, excessivamente distraído e fazendo associações de idéias superficiais. Com a diminuição do juízo crítico, o indivíduo se torna falador, eufórico e inconveniente. Às vezes, ao contrário desse quadro de hipomania, surge um conteúdo depressivo de autocompaixão, lamentações e pedidos de apoio. Fase Intermediária - O pensamento torna-se confuso e as perturbações físicas são evidentes: fala pastosa, alteração no sistema locomotor, irritabilidade e crises de agitação psicomotora. Na maioria das vezes, não há recordação desta fase. Embriaguez Avançada - O sujeito não consegue mais se sustentar e cai, adormecendo num sono comatoso de várias horas, que excepcionalmente evolui para a morte, a não ser que a quantidade ingerida tenha sido muito grande ou exista alguma patologia. Nesta fase aparece o “suor de álcool”, semelhante ao de acetona, característico dos usuários abusivos, principalmente no dia posterior de uso. Os reflexos profundos podem estar ausentes; torna-se necessário à hospitalização e um diagnóstico diferencial cuidadoso, pois podem advir outras complicações orgânicas. A Embriaguez Patológica – Forma especial de embriaguez, que surge como reação patológica aguda, mesmo com a ingestão de uma pequena quantidade de álcool, e em pessoas que não bebem excessivamente ou mesmo abstêmias. Sua causa não é bem conhecida, mas fala-se na predisposição e uma peculiar intolerância ao álcool. O quadro se inicia bruscamente com turvação da consciência, assemelhando-se muitos aos equivalentes epiléticos. A turvação de consciência se associa a um estado de agitação psicomotora, um “raptus” impulsivo violento, com agressividade cega. Outras vezes, surge um estado crepuscular alucinatório que se assemelha a um pesadelo, com relatos de perseguições e infidelidade. Deve-se temer neste estado, impulsos homicidas e suicidas, que podem culminar em atos de extrema violência.
------------------------------------------------------------------------------------------------ D) PSICOSES ALCOÓLICAS:
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A. Delirium TremensQuadro psicótico que pode ser desencadeado por uma série de fatores, como a súbita interrupção ou redução na ingestão de bebidas alcoólicas, infecções intercorrentes, traumatismos, etc. Inicia-se por sintomas prodômicos de caráter sub-delirante, habitualmente durante o sono. “O individuo acorda muito ansioso, vê vultos ameaçadores e figuras de animais destacando-se na escuridão”. Estes fenômenos ilusórios e alucinatórios são, no início, isolados, havendo uma certa consciência de seu caráter pseudoperceptivo. Sobrevêm, rapidamente, tremores generalizados, grande inquietação motora e alucinações visuais: “Animais que passam pela sua cama ou sobre a pele, bichos monstruosos ou vultos humanos de feições distorcidas”. Fisicamente, o indivíduo está desidratado e com leve hiperdermia. Nos casos mais graves, por colapso cardiovascular e infecções subseqüentes, o desfecho é fatal. Sem interferência, o quadro termina em cerca de uma semana. Mas em determinados casos a evolução é menos benigna, sobretudo depois de vários episódios semelhantes. B. Alucinose Alcoólica – Sua principal característica é a presença de um delírio persecutório calçado nas alucinações auditivas. Este quadro alucinatório e delirante se desenvolve num estado de consciência lúcida ou bastante próximo da lucidez. Sua evolução é benigna e há remissão dos sintomas num prazo de uma semana. C. Psicose de Korsakoff – A síndrome pode aparecer insidiosamente ou após um ou mais episódios de “Delium Tremens”. De início há um leve quadro confusional, sonolência, inércia e apatia, com desorientação no tempo e no espaço. Semanas ou meses depois de tais sintomas, o doente fica lúcido, com pensamento mais coerente. Sobrevêm então, a amnésia de fixação, principal sintoma da síndrome. Com o decorrer do tempo, no entanto, as lacunas de memória se tornam mais ou menos extensas, dando lugar às fabulações (outra característica da síndrome).
------------------------------------------------------------------------------------------------ E) FASES DA DEPENDÊNCIA ALCOÓLICA:
------------------------------------------------------------------------------------------------ Fase Pré-Alcoólica – O álcool é usado para alívio de um sintoma qualquer: timidez, tristeza, angústia, cansaço, etc. buscando-se situações que lhe permitam beber. Inicialmente lança mão deste recurso de modo ocasional; depois sua tolerância reduz-se bastante, e ele precisa beber mais freqüentemente. É no decurso desta fase, que se estabelece a tolerância ao álcool, o que leva à necessidade de um aumento das doses para se obter o mesmo efeito. Fase Prodrômica – Já há um certo grau de comprometimento orgânico do cérebro com uma Amnésia Lacunar (sem que tenha embriagado ou sem haver perturbações da consciência, ele só recorda, de um modo muito vago, do conteúdo das conversas ou de seu comportamento). Aqui, o indivíduo já toma consciência de sua dependência. Bebe às escondidas, evita falar sobre o álcool e procura saber, se for alguma reunião, se haverá bebida. Fase Crucial – É a “perda de controle”. Após a ingestão da menor quantidade de álcool que seja, o sujeito não consegue mais parar de beber. Já há uma dependência física. Há uma nítida diminuição da auto-estima e da potência sexual, com sentimentos de desconfiança e ciúmes patológicos da parceira(o) sexual. São freqüentes brigas e agressões. A embriaguez se faz geralmente à noite, como luta contra a perda completa do seu papel social. Fase Crônica – A fase se inicia com a ingestão matinal do álcool. Surgem os estados de embriaguez prolongada, com deterioração mental rápida. A memória, a inteligência, a atenção, a compreensão e o julgamento estão alterados. É comum o aparecimento de pseudopercepções, sobretudo ilusões e alucinações elementares. O sono torna-se sobressaltado, os sentimentos embotados e grosseiros. Surgem tremores constantes e incoordenação motora. ------------------------------------------------------------------------------------------------ F) FASES DO ALCOOLISMO CONHECIDAS POPULARMENTE: ------------------------------------------------------------------------------------------------ 1ª Fase: Fase do Pavão – Se considera lindo e acha que todos o consideram como tal; 2ª Fase: Fase do Macaco – Se considera muito engraçado. Apesar de ser muito alegre e as pessoas quererem estar sempre perto dele, começa a ser inconveniente; 3ª Fase: Fase do Leão – Começa a ser agressivo após a ingestão de determinada quantidade de álcool; 4ª Fase: Fase do PorcoRelaxa com sua aparência, não se importando em tomar banho e outras práticas básicas de higiene; 5ª Fase: Fase do Rato – Fase do roubo da confiança dos mais próximos, destrói seus relacionamentos mais íntimos, sem conseguir impedir; 6ª Fase: Fase do Lençol – Fase de internações em hospitais por motivos clínicos ou mentais. Caso não consiga entrar em recuperação, morte em decorrência de múltiplas ocorrências derivadas do uso de álcool. ------------------------------------------------------------------------------------------------ G) AÇÃO NO SISTEMA NERVOSO CENTRAL - A primeira parte do SNC afetada pelo álcool é o Córtex (responsável pela coordenação das funções de sensação, percepção, fala e julgamento). Os efeitos do álcool nessa área do cérebro são perceptíveis pelo falar arrastado e pela diminuição da capacidade lógica (erros de julgamento). A segunda porção afetada é o Cerebelo. Localizado na parte posterior do crânio, esse órgão é responsável pela coordenação motora e pelo equilíbrio. Tropeçar, cair e perder a habilidade para segurar um fósforo acesso ou se manter num pé só, são manifestações visíveis da ação do álcool nessa área do SNC. O Sistema Límbico (área do cérebro localizada acima do Córtex e responsável pela memória, pelas emoções e pela sexualidade) é a terceira parte do SNC a ser afetada pelo álcool. Nessa etapa, a pessoa geralmente perde o controle de suas emoções. Os efeitos no Sistema Límbico podem se manifestar em várias formas de comportamentodo impetuoso ao lascivo, do deprimido ao desesperado, do irritado ao violento todas marcadas pela diminuição dos controles emocionais e racionais. Embora o álcool deprima o metabolismo do corpo, ele freqüentemente parece agir como estimulante. Isso ocorre porque ele diminui a capacidade de julgamento e o controle emocional, ao anestesiar as áreas do cérebro responsáveis por essas funções. Pode-se dizer que o álcool diminui as inibições, permitindo que o indivíduo “se solte”. Mas na prática, o desempenho de indivíduos alcoolizados é intelectualmente fraco e fisicamente problemático, atestando a diminuição real de suas capacidades. Intoxicação Aguda – A continuidade da ingestão do álcool pelas pessoas embriagadas produz efeitos crescentes no cérebro e atinge outras funções mais profundas. Depois de uma certa dose de álcool, a pessoa geralmente perde a consciência, adormece ou desmaia. Estas reações têm efeito protetor, impedindo o indivíduo de continuar a beber. Se a pessoa continua a tomar álcool sem perder a consciência, pode elevar a dose dessa droga no cérebro a um nível perigoso, capaz de provocar coma e morte. Como acontece com outras drogas, o álcool é mortal em doses excessivas, embora o grau de resistência varie de indivíduo para indivíduo (tolerância). A morte por coma alcoólico é geralmente causada pela paralisação dos movimentos involuntários do coração e do diafragma, devido à inibição que o álcool provoca nos centros nervosos responsáveis pelos movimentos cardíacos e respiratórios. O comportamento dos indivíduos altamente embriagados pode ser semelhante ao dos intoxicados com outras drogas: violência física, atitudes inconvenientes, etc. Como o álcool aumenta a autoconfiança e diminui as habilidades, o usuário dessa droga torna-se em geral incapaz de julgar o que pode ou, não pode fazer. Isso leva as pessoas a se julgarem competentes para desempenhar tarefas além das suas habilidades. É o que ocorre com muitos adolescentes que procuram criar coragem para dirigir carros com a ajuda de bebidas alcoólicas. ------------------------------------------------------------------------------------------------ H) ASPECTOS SOCIAIS DO USO INDEVIDO - Em todo mundo e em todos os tempos, os homens têm aproveitado o fenômeno da fermentação dos açucares como produtor de bebidas que causam prazer por seu sabor e também por seus efeitos. Isso explica o ato de beber, que se tornou parte de rituais sagrados, pois se trata de compartilhar de uma substância que o homem vê nascer, como uma dádiva da natureza. Beber em honra dos Deuses é um dos ritos agrícolas mais antigos da humanidade. Se os deuses mudaram ou desapareceram, o ritual continua quase o mesmo nas modernas sociedades. O ato de beber está ligado a homenagens e a encontros sociais. O álcool é hoje, instrumento de rituais para abrir o apetite, estimular uma conversação, inspirar bons sentimentos, propiciar boa sorte e inspirar coragem. Em quase todo mundo é costume beber lentamente, em pequenos goles que permitam apreciar a bebida, intercalando-a com conversação e outras atividades relaxantes e agradáveis. O ritmo lento da ingestão de álcool é um costume social enraizado nas tradições do beber, que corresponde à uma realidade física do corpo humano. Bebendo-se lentamente ingere-se menor quantidade de álcool num maior espaço de tempo, permitindo a destruição dessa substância pelos filtros naturais do organismo, sem dar-lhe tempo de retardar e danificar o metabolismo de importantes órgãos, como o cérebro e o fígado.
------------------------------------------------------------------------------------------------ I) OS PERIGOS DO ABUSO - Num usuário moderado, uma quantidade razoável de álcool geralmente provoca reações físicas (como vômitos e desconforto) e de comportamento (a pessoa fala alto, adota atitudes inadequadas para as circunstâncias vividas, torna-se agressiva, amorosa, excitada ou deprimida). Num usuário abusivo, o álcool, mesmo em grande quantidade, não parece provocar repentinas reações físicas ou de comportamento, embora o efeito do abuso constante seja, em geral, visível na degenerescência física e intelectual da pessoa ao longo do tempo. Conclui-se daí que, o uso constante do álcool pode ser fatal para o indivíduo, prejudicando-o no aspecto físico e social. Como as fronteiras entre o abuso esporádico e o constante variam de indivíduo para indivíduo, qualquer abuso de álcool deve ser condenado pelos profissionais de saúde. Mas isto não é suficiente para impedir o homem de abusar. Os alcoólatras sabem que o uso prejudica-os, mas muitas vezes não querem ou não conseguem se absterem. ------------------------------------------------------------------------------------------------ J) INFLUÊNCIAS SÓCIO-CULTURAIS - A existência da indústria de bebida, com suas conseqüentes estratégias de marketing e publicidade, certamente induz as pessoas a fazerem do uso do álcool, pelo menos em festas e ocasiões especiais. O álcool existe, é enaltecido pela publicidade e encontra-se à venda em qualquer lugar das cidades. Isso facilita a adoção dessa droga nos rituais sociais e cria grupos de pressão, principalmente entre os jovens. Mas o uso do álcool é também influenciado por fatores religiosos, morais, étnicos e familiares. ------------------------------------------------------------------------------------------------ K) O ÁLCOOL E OS ADOLESCENTES - É particularmente importante saber os motivos que levam os adolescentes a abusar do álcool, pois a maior parte dos alcoólatras começa a beber nesta fase de suas vidas. Também a maior parte dos incidentes ou casos de violência ligados ao uso da bebida ocorre entre os jovens. Período do desenvolvimento dos indivíduos, ela marca a transição da infância para a maturidade e é caracterizada pelo aumento de liberdade e por maior mobilidade social, exigindo o rápido desenvolvimento de habilidades em muitas áreas. Os adultos começam a esperar atitudes mais responsáveis por parte das pessoas que deixam de ser crianças. Os próprios adultos esperam que os adolescentes os imitem. E imitar o comportamento dos adultos também inclui beber. Nos paises industrializados, o álcool começa a ser utilizado por homens e mulheres à medida que adolescência avança. Pesquisas demonstram que os jovens começam a beber cursando o primeiro grau (mais ou menos dos 12 aos 15 anos). Nessa faixa etária, praticamente todos os jovens já terão experimentado algum tipo de bebida alcoólica e muitos conheceram o estado de embriaguez. Estudiosos do alcoolismo afirmam que existem cinco razões principais que levam um adolescente beber: ------------------------------------------------------------------------------------------------ 1. O Modelo dos AdultosComo os adolescentes querem ser adultos, eles imitam os mais velhos e dão especial atenção às formas pelas quais estes últimos obtêm prazeres, que lhe parecem mais intensos que os das crianças (jogos, brincadeiras, etc). O prazer dos adultos é mais “pesado” e inclui sexo, bebidas e outras coisas proibidas às crianças. Por isso, os adolescentes são inclinados a imitar os pais, outros parentes e heróis da televisão, do rádio, do cinema ou dos livros. É comum um adolescente dizer que começou a beber porque viu que isso era um hábito de alguém que ele admira. 2. Curiosidade e Experimentação - Geralmente as crianças conhecem as bebidas alcoólicas por vê-las sendo consumidas pelos adultos em eventos sociais ou festas familiares. Muitos adolescentes sentem curiosidade de experimentar o sabor da bebida que eles vêem os outros ingerir. Além de experimentar o sabor, os adolescentes são curiosos e querem explorar os efeitos da bebida, por meio do abuso. Inconscientemente, eles querem saber como é estar embriagado ou intoxicado. 3. Pressão dos ColegasTodos os grupos de humanos são suscetíveis à pressão social, que determina os padrões de comportamento de seus membros. Mas os adolescentes formam grupos especialmente suscetíveis a esse tipo de pressão. Para muitos garotos e garotas, seguir a moda pode ser uma necessidade, assim como gostar de certos tipos de música. Nesse estágio, eles se encontram psicologicamente imaturos para exercer o senso crítico e a capacidade de julgamento, absorvendo influências sem refletir sobre elas. Se beber está na moda entre determinado grupo de adolescentes, poucos serão dotados de segurança e senso crítico suficiente para censurar a bebida ou simplesmente se recusar a beber. Assim, em vez de encarar a força de vontade como uma realidade ou virtude, os adolescentes, em certas circunstâncias, a vêem como uma fraqueza em relação ao grupo social de que eles querem participar. 4. PrazerA crença de que uma reunião social possa não ser agradável sem que inclua consumo de álcool é comum em nossa sociedade. Muitos adolescentes acham que beber os estimula para a diversão e para o namoro. Garotos e garotas incluem bebidas alcoólicas em festas, idas ao cinema ou ao jogo de futebol como elementos favoráveis ao prazer. Trata-se de um mecanismo cultural que identifica o álcool com prazer e que deve ser desmascarado, pois a maioria dos prazeres é usufruída de forma mais intensa sem os efeitos retardadores de metabolismo característicos do álcool. 5. Problemas EmocionaisUm dos efeitos imediatos do álcool é o de tranqüilizante ou de causador de euforia e bem-estar. Um indivíduo que esteja enfrentando momentos de tensão, nervosismo, conflitos com a família ou com os amigos pode entregar-se ao álcool para suprimir temporariamente a depressão, a ansiedade e os sentimentos de medo. Na maioria dos casos em que as pessoas começam a beber por razões emocionais, seus problemas se agravam em vez de serem resolvidos. Uma das principais demonstrações de autocontrole diante de problemas e de determinação em resolvê-los é não recorrer às bebidas alcoólicas para fugir de momentos aparentemente difíceis. ------------------------------------------------------------------------------------------------ L) ESTUDOS SOBRE AS POSSÍVEIS RAZÕES DO ALCOOLISMO - O alcoolismo é definido pelos médicos como “consumo de bebidas alcoólicas em excesso”, que constitui uma patologia crônica, tanto comportamental quanto fisiológica. A compulsão pelo álcool característica dos dependentes é anormal, e a dependência afeta sua saúde, física e/ou mental. Assim como muitas outras doenças, o alcoolismo é causado por uma interação de fatores biológicos, patológicos, psicológicos, sociais e existenciais, entre outras:
------------------------------------------------------------------------------------------------ Fatores Biológicos – A ocorrência de alcoólatras em uma família não prova que o alcoolismo seja hereditário. Membros dessa família podem ter aprendido a beber simplesmente observando os outros beberem. Mas algumas pesquisas recentes parecem indicar a existência de fatores hereditários que levam ao alcoolismo. As pesquisas na área da genética e do comportamento quimicamente herdado dos pais, ainda estão engatinhando, mas há quem afirme existir uma predisposição genética para o alcoolismo em certos indivíduos. Essa predisposição, entretanto, não chega a ser uma determinante do comportamento, pois é passível de controle através do senso crítico e do livre arbítrio humanos. Fatores Patológicos – Relacionada à "Teoria da Predisposição Genética", a "Teoria dos Fatores Patológicos" encara o alcoolismo como uma doença desde o século XIX. Em 1960, E.B. Jellineck, cientista pioneiro na pesquisa sobre a dependência do álcool, fez uma lista classificando diversos tipos de alcoolismo. Para esse estudioso, dois tipos de alcoolismo podem ser caracterizados como doença: o Gama e o Delta. Ambos os tipos de alcoolismo caracterizam-se pela tolerância que o organismo desenvolve ao álcool, assim que o uso se torna contínuo. Por meio da tolerância, o corpo desenvolve defesas contra a droga ou se acostuma a ela, obrigando o dependente a usar maiores doses do que no início da dependência. Outra característica comum ao alcoolismo Gama e ao Delta, é a adaptação metabólica que faz com que o corpo seja capaz de alterar seus processos de metabolismo para adaptar-se à presença do álcool. O alcoólatra tipo Gama se caracteriza pela inabilidade (ou incapacidade) para controlar a quantidade de álcool ingerida, alternando períodos de continuas bebedeiras com fases de abstinência. Diferentemente, o alcoólatra Delta raramente é capaz de se abster da bebida e geralmente consome menores quantidades que o alcoólatra Gama. Ele geralmente consegue trabalhar, mas passa o dia – inclusive o período de trabalho – ingerindo pequenas quantidades de álcool. Segundo uma concepção popular, seriam doentes. De acordo com esse ponto de vista, o alcoolismo tende sempre a se agravar no indivíduo e pode levá-lo ao colapso físico e mental se a sociedade e as instituições não interferirem. Depois de entrevistar mais de mil homens alcoólatras, Jellineck encontrou graus de progressão na dependência do álcool que pareceram comprovar a opinião popular. Embora a tese de que o alcoolismo é uma doença progressiva seja amplamente aceita, essa teoria parece conter algumas falhas. Ele não leva em consideração àqueles alcoólatras cuja dependência não progride e não passa pelos estágios comuns a outros alcoólatras. Alguns alcoólatras também não desenvolvem os sintomas patológicos descritos por Jellinek. Além disso, a teoria da doença não explica porque alguns usuários pesados são capazes de reduzir seu consumo de álcool a um nível de moderação que deixa de lhes provocar danos. A teoria também não explica porque alguns usuários pesados conseguiram abandonar completamente a dependência do álcool. Fatores PsicológicosPor muitos anos, o alcoolismo foi explicado como resultante de desordens psicológicas. Os alcoólatras foram caracterizados como pessoas de personalidade problemática. Recentemente, contudo, os cientistas têm concluído que não existe uma personalidade característica do alcoólatra. Mas há evidências de que um número significativo de alcoólatras já enfrentaram problemas psicológicos antes de se entregar ao álcool. Casos de neurose megalomaníaca envolvendo narcicismo e frustração, paranóia e ansiedade crônica levam os indivíduos ao estado de stress que pode conduzí-los ao uso de bebidas. Pode-se dizer que os problemas psicológicos podem influenciar certos indivíduos e induzi-los ao uso do álcool. Outras pessoas com o mesmo tipo de problemas não se tornaram alcoólatras, evidenciando que a fuga através do álcool é uma das reações possíveis diante do stress. O problema é que a dependência do álcool intensifica os problemas psicológicos e se sobrepõe a eles em vez de resolvê-los. Fatores Sociais – Dentre os fatores sociais que levam o indivíduo ao alcoolismo, destacam-se os seguintes: * Pobreza – Está comprovado que o consumo abusivo de bebidas alcoólicas nos países industrializados é muito mais freqüente entre os pobres, os subempregados e os desempregados. Alguns estudiosos afirmam que o estado de embriaguez anestesia agruras físicas como a fome e a dor decorrente de doenças crônicas, comuns nessa população. Além disso, a embriaguez teria uma função anestésica moral, pois supre o indivíduo com o bem-estar que ele não consegue obter no sucesso profissional e na auto- afirmação. Sociólogos advertem que a bebida é uma forma barata e escapista de indivíduos sobreviverem em condições que eles próprios reconhecem ser sub-humanas. * Competição – O stress decorrente da competição social (luta pela manutenção do emprego, políticas de ascensão, ansiedade quanto ao sucesso futuro e frustração) é um dos principais responsáveis pelo alcoolismo nas classes média e alta. Está comprovado, entretanto, que o álcool não resolve esses problemas, atenuando apenas momentaneamente seus efeitos e agravando suas causas. Tratamentos calcados em técnicas de auto-análise têm se mostrado eficazes para combater tendências de evasão, como o alcoolismo, decorrentes da competição. * AprendizadoA imitação dos outros e os fortes apelos da propaganda também fazem com que as pessoas “aprendam” a ser alcoólatras. Um dos componentes desse aprendizado é o prêmio (efeitos positivos do álcool), que cria um reflexo condicionado. Conscientizando-se dos efeitos negativos do álcool (mais numerosos e intensos que os positivos), a pessoa pode se descondicionar. Às vezes, é preferível reduzir as doses de álcool até um nível tolerável, para desfrutar apenas dos efeitos positivos da bebida e não experimentar embriaguez. * Uso RitualEm festas e reuniões sociais, o uso de álcool se tornou um ritual de confraternização. A embriaguez nesses casos tem quase um apelo mágico. Constituindo-se na ilusão de que um estado de bem-estar e boa sorte podem ser obtidos por meio do álcool. Se souber se soltar, o indivíduo sóbrio certamente se divertirá mais que o bêbado. Se a pessoa não quiser beber álcool, pode participar do ritual social do “Copo na Mão” ingerindo refrigerantes ou água mineral. Essa pode ser uma estratégia para evitar o álcool e saborear a lucidez e a plenitude da capacidade de julgamento e do livre arbítrio. * Fatores Existenciais – Outras razões profundas podem levar as pessoas ao uso de drogas como o álcool, como anestesiar o “desconforto de existir”. Esses fatores são chamados existenciais por implicarem uma dimensão filosófica da condição humana que envolve o sentido (ou o não sentido) da existência. Segundo filósofos como Sartre, "a conscientização de que a existência não tem sentido, gera sentimentos de profunda angústia e ansiedade (a “Náuseaexistencial) que só podem ser superados se cada indivíduo eleger o sentido de sua própria vida, consciente de que a união de esforços com seus semelhantes, torna a existência mais fácil para todos". ------------------------------------------------------------------------------------------------ M) PREVENÇÃO E TRATAMENTO - A comunidade médica e os profissionais que cuidam da saúde mental encaram os problemas do alcoolismo sob três aspectos principais: prevenção, intervenção e tratamento. ------------------------------------------------------------------------------------------------ 1. Prevenção – Não é, no caso de pessoas que não bebem ou que bebem moderadamente, para evitar que os indivíduos bebam, mas para que o problema do alcoolismo não venha ocorrer. A prevenção não condena o uso de bebidas alcoólicas, mas procura evitar o seu abuso. 2. IntervençãoSe dirige aos abusadores do álcool, cuja prática está causando evidentes problemas para eles mesmos, para outras pessoas ou para a sociedade e suas instituições. A meta é evitar que esses problemas se tornem mais grave para a pessoa e para a sociedade. Procura promover a conscientização das pessoas que enfrentam problemas devido ao abuso de bebidas sobre a relação existente entre a saúde, as relações pessoais, o desempenho no trabalho, muitas circunstâncias econômicas e o próprio abuso de bebidas. Deve ocorrer quando o uso da bebida começa a produzir conflitos com outras pessoas ou efeitos negativos na saúde física ou mental do alcoólatra.
3. TratamentoProcura ajudar os alcoólatras a recuperar-se dos prejuízos da dependência e a livrar-se da própria dependência. A meta do tratamento é fazer as pessoas enfrentarem a vida de forma alegre, sadia e produtiva.
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Todas essas formas de prevenção, intervenção e tratamento incluem componentes pedagógicos, que consistem na aquisição de informações corretas sobre os efeitos do álcool, os motivos que levam ao uso e as maneiras de vencer o abuso de bebidas alcoólicas. Análises políticas e sociais apontam para a necessidade permanente de campanhas preventivas e de esclarecimento, pois o aumento anual do número de alcoólatras é maior que o número de pessoas tratadas com sucesso. Indivíduos das mais diversas profissões e categorias sociais se tornam alcoólatras, sem que haja um grupo de risco específico na sociedade. Isto quer dizer que os alcoólatras surgem de dentro da categoria das pessoas que não bebem ou bebem pouco. A necessidade da prevenção é também evidenciada pelo fato de que somente 20% dos alcoólatras crônicos conseguem se abster do uso. Os restantes 80% acabam reincidindo na bebida. Nos países industrializados, a prevenção tem sido realizada sob a forma de campanhas publicitárias veiculadas nos meios de comunicação. Essas campanhas, geralmente patrocinadas pelos governos, dirigem-se principalmente aos jovens. Em alguns países, é proibido veicular anúncios de bebidas na mídia eletrônica (televisão, rádio, etc) e na imprensa (jornais e revistas), dirigidas a todas as faixas etárias (horários nobre de televisão, por exemplo). Já existem até festivais de antipropaganda, premiando filmes que criticam produtos como cigarro, bebidas alcoólicas e até casacos de pele (estes últimos devido ao fato de sua indústria contribuir para o extermínio de muitos animais). Às vezes a intervenção acaba sendo realizada por instituições da sociedade, como a polícia, que detém um alcoólatra transgredindo alguma lei ou cometendo um crime. Pesquisas indicam que a intervenção violenta (internação forçada de um indivíduo numa clínica ou sua prisão por ele ter cometido um crime) é menos eficaz que as intervenções amigáveis, que convence a pessoa do fato da bebida fazer mal e a estimula a querer parar de beber.
------------------------------------------------------------------------------------------------ N) CONCLUSÃO - Na maioria dos casos, o tratamento do alcoolismo começa com a interrupção do ato de beber, de preferência sob supervisão médica. Esse processo é conhecido como desintoxicação, e normalmente, é de curto prazo. Dependendo do grau de comprometimento do paciente, pode-se interná-lo em uma clínica de reabilitação. O tratamento deve atacar problemas físicos e mentais ligados ao abuso de álcool. A terapia psicológica freqüentemente inclui aconselhamento individual e/ou em grupo. Algumas clínicas mesclam o tratamento com a filosofia dos Alcoólicos Anônimos. Em Aconselhamento, acredita-se que em um período inicial de tratamento (que pode ser de médio a longo prazo, dependendo do paciente), a abstinência é imperiosa. Nesta fase, os grupos de mutua-ajuda como Alcoólicos Anônimos e/ou Narcóticos Anônimos, assumem um papel de grande relevância, principalmente no que diz respeito à mudança de hábitos e formação de novo grupo de amigos. Isto irá colaborar para o fortalecimento de uma pressão social inversa à que existia de uso do álcool. O acompanhamento profissional (aconselhamento individual ou ambulatório de pós-tratamento) atua nesta fase como uma espécie decensura critica”, trazendo sempre para o cerne da questão as conseqüências funestas do alcoolismo; mas o profissional nunca deve esquecer que o inverso da dependência não é a abstinência, mas a liberdade.
Fred Luiz M / Rosa Mª Tavares de Medeiros Conselheiros em Dependência Química Campos dos Goytacazes, 2006.
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