terça-feira, 27 de maio de 2008

Info Dependence

O universo para o uso do computador com acesso à Internet parece não ter fim. A cada dia que passa vão surgindo novas possibilidades e uma das mais recentes, pelo menos em terras brasileiras, é a droga virtual. Questionado por especialistas, “o barato” pode ser sentido com o auxílio de um computador, um par de fones de ouvido, "uma dose" (arquivo sonoro), disposição e tempo para ficar sentado por até uma hora (a duração varia de acordo com a "droga" escolhida) ouvindo sons aparentemente desconexos. Para tudo isso funcionar é preciso baixar um programa chamado I-Doser. Por meio dele, o internauta consegue se “drogar” ouvindo música. A proposta do programa é causar nos usuários das doses virtuais as mesmas sensações provocadas pelas drogas convencionais, como maconha, LSD, cocaína, álcool e outras. Mas os especialistas alertam: não há comprovação científica de que essas "drogas sonoras" realmente funcionam. Na avaliação do neurologista Luiz Eduardo Betting, não há estudos científicos que mostrem que estes estímulos possam levar a uma sensação exatamente como aquela produzida por uma droga. “Na verdade, isto não chega a ocorrer, uma vez que o mecanismo de ação das drogas convencionais é completamente diferente”, afirma ele. Mesmo com o aviso, a novidade tem despertado o interesse de muitos jovens ao redor do mundo.
Na verdade, o princípio ativo do I-Doser não são as músicas, mas os ruídos. Os arquivos sonoros têm pouca variação. Vez ou outra surge uma batida intermitente. Num primeiro contato com adroga”, a impressão que fica é que sua eficácia é questionável. Como pode uma seqüência de ruídos deixar alguém como se estivesse drogado? Entretanto, várias pessoas que disseram ter experimentado garantem que o I-Doser funciona. “O I-Doser funciona mesmo, mas precisa ser aceito pelo seu cérebro, (...) seabra’ ao I-Doser, aceite e siga as regras de uso. Deixe-o fazer efeito, com certeza vai funcionar! Eu mesmo usei maconha durante 8 anos da minha vida, (...) e voltei a usar com o I-Doser, o efeito nunca será o mesmo se comparado à droga real, mas quando me concentro nadose’, ela funciona, meus olhos até ficam vermelhos”, afirma um usuário que se identificou como Marcelo. O comentário dele e de muitas outras pessoas podem ser encontrados no site http://idoser.blogspot.com/. Sem Efeito - Mas há pessoas que experimentaram a droga e não gostaram. No mês passado, outro visitante deixou o seguinte recado no site. “Usei umas 20 vezes mais ou menos. Nenhum efeito. A culpa nem é do meu equipamento, meus headphones são profissionais. Tentei de várias formas. Nenhuma funcionou... Já estou acostumado com o esquemarelaxe e viaje. Faço meditação zen... Prefiro ainda ouvir o velho Pink Floyd e viajar com ele”. De acordo com a psicoterapeuta Elaine Lúcia Dias de Oliveira, não existem estudos científicos que comprovem a eficácia da "droga virtual". “Ainda não temos informações suficientes para dizer que esse tipo de estímulo sonoro causa o mesmo efeito (que as drogas convencionais)”, observa. As drogas convencionais são substâncias naturais ou sintéticas que ao penetrarem no organismo humano sob qualquer forma - ingeridas, injetadas, inaladas ou absorvidas pela pele -, entram diretamente na corrente sangüínea, atingem o cérebro e alteram seu equilíbrio fazendo com que a pessoa sinta tudodiferente”. Para o economista Tiago Silveira, 25 anos, que tem feito uso regular do I-Doser nos últimos 18 meses, não vai demorar para que essa tecnologia seja usada como complemento ou mesmo substituto para vários medicamentos existentes no mercado. Paraibano de João Pessoa, Silveira utiliza as doses “Hand of God”, “Chakra” e “Peyote” com freqüência.. “Se é possível atingir efeitos de ordem neurológica apenas com uso de ondas sonoras, por que deveríamos nos intoxicar com substâncias que devem ser metabolizadas para terem efeito?”, questiona ele, em entrevista concedida à imprensa de sua cidade.
- Centro Terapeutico Viva/Sorocaba.SP -
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Data Desconhecida.

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