quarta-feira, 28 de maio de 2008

Alcoolismo

A Sindrome de Abstinência Alcoólica A Síndrome de Abstinência Alcoólica corresponde às mudanças pelas quais o corpo passa quando uma pessoa, subitamente, deixa de beber depois de usar álcool de forma intensa e prolongada. Os sintomas incluem
tremores,
insônia,
ansiedade
e
outros sintomas físicos e mentais. O Álcool torna lento o processamento do cérebro, efeito também chamado sedativo ou depressor. Em uma pessoa que bebe muito, em longo prazo, o cérebro é exposto quase continuamente ao efeito depressor do álcool. Com o passar do tempo, o cérebro ajusta sua própria química para compensar este efeito. Ele faz isso através da produção de substâncias químicas naturalmente estimulantes (como a serotonina ou a noradrenalina - que são “parentes” da adrenalina) em quantidades maiores que as normais. Se o álcool é retirado de repente, o cérebro se comporta como um veículo acelerado que perdeu os freios. Conseqüentemente, a maioria dos sintomas da abstinência alcoólica (retirada) são sintomas que acontecem quando o cérebro é super estimulado. A forma mais perigosa de abstinência alcoólica acontece em uma em cada 20 pessoas que têm síndrome de abstinência. Esta condição é chamada Delirium Tremens. No Delirium Tremens, o cérebro não pode reajustar sua química lentamente depois que o uso do álcool foi interrompido. Isto cria um estado de confusão temporária e leva a perigosas mudanças na maneira como o cérebro regula a circulação e a respiração. Os sinais vitais do corpo, como sua freqüência cardíaca ou a pressão sanguínea, podem mudar drasticamente, de forma imprevisível, levando ao risco de ataque do coração, derrame cerebral ou morte. Quadro Clínico - Se o cérebro já está acostumado aos hábitos da pessoa que bebe muito, ele pode levar algum tempo para se ajustar novamente. A síndrome de abstinência ao álcool ocorre em um padrão previsível depois da última bebida alcoólica. Nem todos os sintomas se desenvolvem em todos os pacientes: Tremores – Os tremores normalmente começam entre 5 e 10 horas após a última bebida e alcançam o máximo entre 24 e 48 horas. Com os tremores, pode haver
taquicardia (pulso rápido),
aumento da pressão sanguínea,
respiração rápida,
sudorese,
náuseas,
vômitos,
ansiedade ou um estado de alerta hiperativo,
irritabilidade,
pesadelos,
além de insônia. Alucinações – Este sintoma normalmente começa dentro de 12 a 24 horas depois da última bebida, e pode durar até dois dias após ter começado. Se isto acontecer, a pessoa alucina (vê ou sente coisas que não são reais). É comum às pessoas que estão abstinentes do álcool verem múltiplos objetos pequenos, semelhantes, se movimentando. Às vezes a visão é
de insetos rastejando,
estrelinhas piscando
ou
moedas caindo. É possível que uma alucinação na abstinência alcoólica seja uma visão muito detalhada e imaginativa.
Ataques epiléticos da abstinência alcoólica - Ataques epiléticos podem acontecer de 6 a 48 horas após a última bebida, e são comuns vários ataques epiléticos acontecerem por várias horas. O pico de risco é de 24 horas. Em geral eles são ataques epiléticos do tipo tônico-clônicos (como no mal epilético).
Delirium Tremens - O delirium tremens começa geralmente de dois a três dias depois da última bebida, mas pode demorar mais de uma semana para aparecer. Sua intensidade de pico normalmente alcança quatro a cinco dias da última bebida. Esta condição causa alterações perigosas
na respiração,
na circulação
e
no controle de temperatura.
Pode fazer o coração bater muito rápido
ou
pode fazer a pressão sanguínea aumentar dramaticamente;
e
pode causar desidratação perigosa. O delirium tremens também pode reduzir temporariamente a quantidade de fluxo de sangue ao cérebro. Os sintomas podem incluir confusão mental,
desorientação,
estupor ou perda de consciência,
comportamento agressivo,
convicções irracionais,
sudorese,
perturbações do sono
e
alucinações. Diagnóstico - A abstinência alcoólica é fácil de se diagnosticar se a pessoa tiver sintomas típicos, que aparecem depois que ela deixa de beber de forma “pesada”, habitual. Se o paciente tiver uma experiência no passado de ter tido síndrome de abstinência, é provável que venha a desenvolver se novamente interromper a bebida subitamente. Não há nenhum exame específico que possa ser usado para diagnosticar a síndrome de abstinência alcoólica. Se o paciente já teve outros episódios de síndrome de abstinência alcoólica, significa que ele já consumiu álcool o bastante para ter danificado outros órgãos. É preciso discutir com o médico sobre este problema para que ele possa examinar cuidadosamente a pessoa. Ele irá solicitar exames de sangue para verificar o quanto o álcool causou
lesão ao fígado,
ao coração,
aos nervos dos pés,
às células do sangue,
e
ao trato gastrintestinal. Ele irá avaliar a dieta que o paciente habitualmente consome e irá checar as deficiências de vitamina que possam existir, pois a desnutrição é comum quando alguém é dependente do álcool. Normalmente é difícil para as pessoas que bebem serem completamente honestas sobre o quanto elas têm bebido. É preciso que a pessoa informe a história do consumo de álcool para que ela assim possa ser tratada seguramente da síndrome de abstinência. Prevenção - O alcoolismo é causado por muitos fatores. Se a pessoa tiver um irmão ou pai com alcoolismo, ela tem de três a quatro vezes mais probabilidades de desenvolver o alcoolismo que a média da população. Algumas pessoas com histórias familiares de alcoolismo escolhem se privar de beber, pois desta forma garantem que o hábito não se desenvolva. Muitas pessoas sem uma história familiar também desenvolvem alcoolismo. Se a pessoa tem se preocupado com a quantidade de bebida que tem consumido, ela deve conversar com seu médico. Tratamento - Se a pessoa tiver vômitos severos, ataques epiléticos ou Delirium Tremens, o lugar mais seguro para ela ser tratada é em um hospital. Para o Delirium Tremens, o tratamento em uma Unidade de Cuidados Intensivos (UTI) é freqüentemente indicado. Em uma UTI,
a freqüência cardíaca,
a pressão sanguínea
e
a freqüência respiratória serão monitoradas de perto no caso de ser necessário um suporte de vida de emergência (como respirar artificialmente por uma máquina). Medicamentos chamados benzodiazepínicos podem diminuir a síndrome de abstinência do álcool. Os medicamentos geralmente usados neste grupo incluem
o Diazepam (Diempax ®, Valium ®),
o Clordiazepóxido (Psicossedin ®)
e
o Lorazepam. A maioria das pessoas que consome muito álcool e que está tendo síndrome de abstinência tem uma escassez de várias vitaminas e minerais e pode se beneficiar de suplementos nutricionais. Em particular, o abuso do álcool pode criar uma escassez
de folato,
de tiamina,
de vitamina B12,
de magnésio,
de zinco
e
de fosfato. O álcool também pode causar baixos níveis de açúcar no sangue. Recomenda-se que um especialista (psiquiatra) ajude nos cuidados de uma pessoa que está com abstinência alcoólica.
Fonte: Zero Hora

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