sábado, 23 de fevereiro de 2008

CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS PARA DEPENDÊNCIA, ABUSO, INTOXICAÇÃO E ABSTINÊNCIA DE SUBSTÂNCIAS

1. Classificação DSM Evolução Cronológica do DSM DSM-I publicação 1952 DSM-II publicação 1968 DSM-III publicação 1980 DSM-III-R publicação 1980 - Inclui o Abuso DSM-IV publicação 1994 DSM-IV-TR publicação 2000 - Informação Extra* DSM-V publicação agendada para 2011 ("APA – American Psychiatric Association [Associação Psiquiátrica Americana"]. "DSM – Diagnostical and Statistical Manual of Mental Disorders" ["Manual de Diagnóstico e Estatística das Perturbações Mentais"]). WHO: Classificação ICD *”As seções de texto do DSM-IV-TR fornecendo informação extra foram atualizadas como foram alguns dos códigos dos diagnósticos com vistas a manter coerência com a CID-10.” ("WHO – World Health Organization" ["OMS – Organização Mundial de Saúde"]. "ICD – International Statistical Classification of Diseases" ["CID-10 – Classificação Estatística Internacional de Doenças"]). 2. Critérios Diagnósticos Substâncias - Álcool - Anfetamina ou simpaticomiméticos de ação similar - Cafeína - Canabinóides - Cocaína - Alucinógenos - Inalantes - Nicotina - Opióides - Fenciclidina (PCP) ou arilciclo-hexilaminas de ação similar e sedativos - Hiponóticos ou ansiolíticos Critérios para Dependência de Substância Um padrão mal-adaptativo de uso de substância, levando a prejuízo ou sofrimento clinicamente significativo, manifestado por três (ou mais) dos seguintes critérios, ocorrendo a qualquer momento no mesmo período de 12 meses: (1) Tolerância, definida por qualquer um dos seguintes aspectos: (a) Uma necessidade de quantidades progressivamente maiores da substância para adquirir a intoxicação ou efeito desejado (b) Acentuada redução do efeito com o uso continuado da mesma quantidade de substância (2) Abstinência, manifestada por qualquer dos seguintes aspectos: (a) Síndrome de abstinência característica para a substância (consultar os critérios A e B dos conjuntos de critérios para Abstinência das substâncias específicas) (b) A mesma substância (ou uma substância estreitamente relacionada) é consumida para aliviar ou evitar sintomas de abstinência (3) A substância é freqüentemente consumida em maiores quantidades ou por um período mais longo do que o pretendido (4) Existe um desejo persistente ou esforços mal-sucedidos no sentido de reduzir ou controlar o uso da substância (5) muito tempo é gasto em atividades necessárias para a obtenção da substância (por ex., consultas a múltiplos médicos ou fazer longas viagens de automóvel), na utilização da substância (por ex., fumar em grupo) ou na recuperação de seus efeitos (6) Importantes atividades sociais, ocupacionais ou recreativas são abandonadas ou reduzidas em virtude do uso da substância (7) O uso da substância continua, apesar da consciência de ter um problema físico ou psicológico persistente ou recorrente que tende a ser causado ou exacerbado pela substância (por ex., uso atual de cocaína, embora o indivíduo reconheça que sua depressão é induzida por ela, ou consumo continuado de bebidas alcoólicas, embora o indivíduo reconheça que uma úlcera piorou pelo consumo do álcool) Especificar-se: Com Dependência Fisiológica: evidências de tolerância ou abstinência (isto é, presença de item 1 ou 2). Sem Dependência Fisiológica: não existem evidências de tolerância ou abstinência (isto é, nem item 1 nem item 2 estão presentes). Especificadores de curso: Remissão Completa inicial; Remissão Parcial Inicial; Remissão Completa Mantida; Remissão Parcial Mantida; Em Terapia com Agonista; Em ambiente Controlado. Critérios para Abuso de Substância A. Um padrão mal-adaptativo de uso de substância levando a prejuízo ou sofrimento clinicamente significativo, manifestado por um (ou mais) dos seguintes aspectos, ocorrendo dentro de um período de 12 meses: (1) uso recorrente da substância resultando em um fracasso em cumprir obrigações importantes relativas a seu papel no trabalho, na escola ou em casa (por ex., repetidas ausências ou fraco desempenho ocupacional relacionados ao uso de substância; ausências, suspensões ou expulsões da escola relacionadas a substância; negligência dos filhos ou dos afazeres domésticos) (2) uso recorrente da substância em situações nas quais isto representa perigo físico (por ex., dirigir um veículo ou operar uma máquina quando prejudicado pelo uso da substância) (3) problemas legais recorrentes relacionados à substância (por ex., detenções por conduta desordeira relacionada a substância) (4) uso continuado da substância, apesar de problemas sociais ou interpessoais persistentes ou recorrentes causados ou exacerbados pelos efeitos da substância (por ex., discussões com o cônjuge acerca das conseqüências da intoxicação, lutas corporais) B. Os sintomas jamais satisfizeram os critérios para Dependência de Substância para esta classe de substância. Critérios para Intoxicação com Substância A. Desenvolvimento de uma síndrome reversível específica à substância devido à recente ingestão de uma substância (ou exposição a ela). Obs.: Diferentes substâncias podem produzir síndromes similares ou idênticas. B. Alterações comportamentais ou psicológicas clinicamente significativas e mal-adaptativas devido ao efeito da substância sobre o sistema nervoso central (por ex., beligerância, instabilidade do humor, prejuízo cognitivo, comprometimento da memória, prejuízo no funcionamento social ou ocupacional), que se desenvolvem durante ou logo após o uso da substância. C. Os sintomas não se devem a uma condição médica geral nem são melhor explicados por um outro transtorno mental. Critérios para Abstinência de Substância A. Desenvolvimento de uma síndrome específica à substância devido à cessação (ou redução) do uso pesado e prolongado da substância. B. A síndrome específica à substância causa sofrimento ou prejuízo clinicamente significativo no funcionamento social, ocupacional ou outras áreas importantes da vida do indivíduo. C. Os sintomas não se devem a uma condição médica geral nem são melhor explicados por outro transtorno mental. 3 – Questionário Estruturado Escalas objetivas de avaliação de dependência física ao álcool já foram criadas e de uso rotineiramente utilizadas em diversos serviços especializados. A mais freqüentemente recomendada é a SADD (quadro 2-2). Constitui instrumento útil inclusive para determinar o risco de desenvolvimento de manifestações de abstinência ao álcool, no caso de sua suspensão. Essa avaliação de risco é fundamental para decidir o ambiente adequado para essa suspensão. Manifestações graves da Síndrome de Abstinência ao álcool podem ser ameaçadoras à vida e obrigam a utilização de medicamentos específicos, geralmente em ambiente hospitalar (veja capítulo 15).("SADD – Alcohol Dependence Data Questionaire" ["Questionário Estruturado de dados para Dependência Alcoólica"]) 4 – Referências: 1. Brief History of DSM Acesso em 13 abr. 2007 2. Transtornos Mentais Relacionados a substâncias Acesso em 9 abr. 2007 3. JABER FILHO, Jorge Antonio; ANDRÉ, Charles. "Alcoolismo" (p.9-10). Rio de Janeiro: Revinter, 2002

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