domingo, 15 de junho de 2008

Adolescência

O Adolescente Como Protagonista e aAgente de Transformação: O Projeto de Vida Em Questão
Resumo
A adolescência é período fundamental do processo de crescimento e desenvolvimento do ser humano, sendo decisiva não só para o desempenho do jovem, como também para o do adulto. Muitas e muitas vezes, ouve-se que o futuro depende do jovem, mas, frequentemente não é acrescentado ter o adulto a responsabilidade pelo presente.Educar, então, passa a ter como objetivo a criação de espaços para que o adolescente se torne protagonista, existindo a necessidade de proteção que favoreça a concretização do sonho através da realização do projeto de vida.
Introdução
A adolescência, por vezes, usada como sinônimo de juventude, é sempre referida como a fase de transição entre a infância e a adultícia, podendo esta idéia de transitoriedade conferir-lhe, erroneamente, uma importância menor.Na realidade, este período da vida se reveste de maior importância dentro do processo do crescimento do ser humano, sendo decisivo não só para para o desempenho do jovem como posteriromente para aquele adulto. As vivências da adolescência são muito ligadas a cada cultura. Assim, a cultura age sobre seus adolescentes e estes a ela reagem, sendo moldados para propostas de compromisso ou descompromisso, realização ou frustração, confiança ou desconfiança, construção ou destruição, sob a égide de modelos vazios, de desemprego e violência ou de modelos adequados que se vinculam à sustentação de projetos de vida e de realização pessoal ou coletiva.O adolescente de hoje é colocado, ou melhor dizendo, é atirado dentro de múltiplas inserções culturais, que se lhe dão direitos, também os submetem à cobrança e à exigencia de inúmeros deveres. Assim, os adolescentes podem ser seres que buscam sem achar realmente o que procuram. São referidos como criaturas maravilhosas, sonhadoras, donas do futuro, rótulos emprestados por uma sociedade que, ao mesmo tempo, os percebe como pessoas irresponsáveis, imaturas, promíscuas, erotizadas, vítimas, segundo alguns agresssoras, na opinião de outras. Pergunta-se a todo momento que tipo de jovem se quer formar num país com as características do Brasil. Talvez já haja aí um primeiro questionamento, pois há muitos brasis a serem pensados e repensados.Gostar-se-ia, no mais das vezes, que o jovem fosse competetnte, perceptivo, ganhasse autonomia, tornando-se real protagonista de fatos, situações, favorecedoras para este país, tanto no presente como no futuro.Na relação adulto/adolescente, ou quem dera educador/educando, o adolescente é o ator principal do seu desenvolvimento e isso deve ficar claro para o adulto, sem que haja perda de qualidade no seu interesse em ajudá-lo a se construir. Há que se acreditar em seus vínculos com a ação, a liberdade, a responsabilidade, o compromisso e a capacidade de realização de seus sonhos. Educar então, passa a conter como perspectiva fundamental a criação de espaços para o desenvolvimento, existindo a necessidade de proteção e prevenção de agravos.Isso envolve um compromisso ético para o incremento de propostas baseadas no protagonismo da juventude, o que exige do adulto/educador uma clara vontade política, pois através de sua tutela deverá ocorrer a construção da cidadania dos jovens, entendida como o exercício de sua participação democrática, nos mais variados níveis de atuação.Deve ser lembrado que os adolescentes e os jovens são um contingente chave para qualquer processo de transformação social.Esta situação se torna muito mais clara num país como o Brasil, que conta com aproximadamente 36 milhões de adolescentes, sendo, portanto, extremamente relevante para os destinos desta nação o que este agrupamento pensa, sende e faz acontecer.Infelizmente, muitos adultos permanecem com um conceito esteriotipado sobre os adolescentes: não confiam neles; sentem-se inseguros e pouco a vontade com eles; não conseguem colocar o próprio discurso em prática, ou seja, não consideram o adolescente como protagonista, capaz até mesmo de liderar. É necessário que se acredite mais nos adolescentes, na sua qualidade, dignidade neste momento tão singular e turbulento da história. Somente à partir desta crença surgirão espaços reais para seu crescimento.Não se pode, porém, resvalar para o paternalismo, igualmente inadequado e que esconde, por vezes, a descrenças na capacidade do outro de conduzir-se por si mesmo, podendo realizar qualquer coisa por seus próprios meios. Claro está que também existem adolescentes marginais, drogados, criminosos, elementos perigosos para a sociedade, com condutas anti-sociais, muitos deles irrecuperáveis. Faz-se necessário o julgamento criterioso, a colocação de limites e até de punição. Casso isso não ocorra, a sociedade se omitiu novamente ou procurou jogar a culpa somente do meio ambiente desfavorável, esquecendo-se que outros jovens, nas mesmas condições adversas, não ingressaram no crime, nas drogas, na violência. É preciso ter-se definitivamente presente que os adolescentes são cidadãos capazes ou podem, frequentemente, ser resgatados para sê-lo. O processo educativo e participativo que deve envolver o adolescente enfatiza a autonomia por meio das vivências, reflexões, compromissos e responsabilidades, sustentados pela liberdade de escolha. É relevante que se destaque nesta fase o trabalho em equipe - adolescentes aprenderam a conviver com as diferenças, mas mesmo assim não podem deixar de identificar o objetivo comum, na realização das tarefas. Há debates que se formam em torno da auto-estima, dar e receber, de valores, cidadania, direitos humanos, deveres, saúde, educação, sexualidade, drogas, violência cultura. Começa a delinear-se atitude crítica frente a leitura, meios de comunicação, músicas, políticas, consumo e etc. Associar-se a seus pares e também aos adultos em projetos voluntários que envolvem o outro propiciam o desenvolvimento da sensibilidade, ca´pacidade de escolha na tomada de decisões o que, em última instância, conduz a percepção de si mesmo com fortalecimento da cidadania. Dentro de qualquer contexto, da família a sociedade como um todo, a inclusão de adolescentes na resolução de problemas contribui para a organização e fortalecimento desta sociedade. DEsta maneira prepara-se a proposta futura,. artriculando-se no hoje o amadurecimento da sociedade de amanhã, lembrando que o adolescente é e sempre será o grande fator de transformação social. Relevante ter-se presente que o adulto pode ajudar, atrapalhar ou até sufocar o processo ou o projeto adolescente. Muitos adultos (inclusive pais) tentaram fazer dos adolescentes sua própria continuação, tentando realizar neles seus projetos e sonhos, destruindo assim a oportunidade de vê-los acontecer dentro de sua singular maneira de ser. estereótipos podem também contribuir para a distorção da imagem das propostas dos adolescentes, vistos como rebeldes, vazios, arrogantes, "aborrecentes". Aristóteles na Antiga Grécia já os descrevia como "apaixonados, irascíveis, capazes de arrebatar e serem arrebatados por seus impulsos". Segundo Kiel (1964), "se o jovem comete uma falta, é sempre do lado do excesso, do exagero, uma vez que eles levam todas as coisas longe demais". A análise deste e de outros pensamentos deve ser cuidadosa até deixar em aberto a pressuposição de um estilo adolescente que pode ser definido como "um vir a ser", uma etapa de preparação que poderá conter potencialmente realização e sucesso. Segundo Françoise Dolto, "se a dependência do adolescente se prolonga é destruidora e pode terminar por aniquilar o jovem"; "seria importante que os adolescentes fossem encarragados pela sociedade de exprimir-se, pois isso os ajudaria em sua dificil evolução". Ao invés disto, segundo essa autora, "os adolescentes se transformaram numa classe de tanto serem rejeitados pela sociedade. A imagem pública atual dos adolescentes não os favorece, pois muitos especialistas insistem em apresentá-los só como mais suicidas (Garland & Zigler); tendo mais depressão; gravidezes não planejadas; usam mais violência, tem mortes mais violentas do que qualquer outro grupo na história da humanidade. Não é, portanto, surpresa que a visão do público sobre adolescência seja hostil. O que não está sendo levado em conta (e também não está sendo perguntado a estes mesmos especialistas) é porque isto acontece e se há justificativa nos preconceitos contra os adolescentes. É sabido que a raiz do preconceito se origina do fato de se projetar no outro aquilo que se tem medo ou não se aceita em si mesmo. É importante descobrir que tipo de sentimento a adolescência provoca no adulto. Seria medo? Seria inveja? Seria amizade, apoio ou o quê? Ser jovem é ter futuro pela frente que pode até ser brilhante. O adulto corre o risco de olhar para trás e não ter se realizado, não ter contribuído, tendo perdido para sempre a oportunidade de fazê-lo. na verdade, deve-0se exortar os jovens a se manterem intocados pelas frustrações dos que percorreram a estrada sem sucesso. Eles não devem resvalar frente aos modelos frustrantes da não realização, que podem estar presentes nos adultos. A sociedade, frequentemente, protege mais os adultos do que os adolescentes.
- Há que ser honesto e adolescente.
- Pode-se ser irresponsável e adulto.
- Há que se ter clara a verdade e ser adolescente.
- Pode-se ter várias verdades ou mentiras confortáveis e ser-se adulto.
- Há que ser forte frente a adversidade e adolescência.
- Pode-se ser fraco, corrupto usando a adversidade para sucesso próprio e ser-se adulto.
Centro Gaia

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